Li isso no blog do Alexandre Soares Silva (Tá aí do lado para quem quiser visitar - não sei colocar links no meio do texto - gente, desculpem - comecei ONTEM) e achei perfeito. Estou sempre ouvindo dos meus amigos que eu preciso ser mais simpática, que eu faço cara feia quando conheço as pessoas, que quem não me conhece acha que eu sou uma metida, bom, já deu para captar. Mas não é verdade, não mesmo. Eu só não consigo estabelecer intimidade com a velocidade que esperam de mim. Eu vou lá sair abraçando um ser humano que eu acabei de conhecer? Chamando de querida, quem não é querida, coisa nenhuma? Simplesmente não consigo. Só sei conhecer as pessoas aos poucos.
"Me parece haver algo de moralmente errado, eu escrevi, vixe, dois anos e dois meses atrás, nessas pessoas que vão ao supermercado e fazem amizades no corredor de laticínios. São pessoas simpáticas que não colocam cercas no próprio espírito; e a qualquer momento você encontra um jardineiro, uma manicure e dois borracheiros dormindo na cozinha de sua psique. Ser simpático é bom, mas respeitar o próprio mistério é melhor ainda. Cada pessoa devia ser reservada e misteriosa como uma mulher de véu. Era para isso que o véu existia: uma lembrança de que as pessoas devem ser sociedades secretas, e não clubes de bingo.
No paisagismo (li não sei onde) se busca um elemento de surpresa: que depois de um caminho despretensioso de cascalho, ao virar uma curva se veja, de repente, um lago. O charme perfeito devia ser assim: você conhece uma mulher, e ela é fria; semanas depois, ela é gentil, mas ainda fria; e meses depois ela sorri quando você se aproxima, e só quando você se aproxima. O contraste entre a frieza com que ela trata os outros e a alegria que ela reserva para você é o charme mais intenso que existe. "
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário