26.4.06

Vou de táxi

Pego um taxi de manhã num dia de preguiça ou talvez de chuva, não lembro mais. Quase chegando no escritório, o motorista me pergunta o que eu faço. Digo que sou estilista. Ele diz:
"Ah! Então você ganha dinheiro" (ênfase no você).
E eu:
"Então, tá. Até parece."

Não posso dizer que eu não ganho quando ganho bem mais que a grande maioria da população deste país. Mas não é tanto assim, não.
Percebo a força dessas imagens que projetamos e porquê?
Projetamos força, glamour, riqueza, equilíbrio, competência, bom senso. Criamos uma armadura, um exoesqueleto. Que pressupostamente deveria suportar. Sustentar a criança, frágil, delicada, medrosa. Não suporta. Endurece, enrijece, impede o crescimento e prejudica a visão que temos de nós mesmos e do mundo. E certamente pesa. Muito. Porque há que se manter essa imagem a qualquer preço e a qualquer custo. E vamos pagando. Anos à fio, juros de Casas Bahia.

25.4.06

Luna de Avellaneda

Passei aqui só prá dizer que fui assistir Clube da Lua. Há tempos não gostava tanto de um filme. Delicado, engraçado, verdadeiro. Vão ver.

18.4.06

Só por hoje

Todo mundo sumiu então não tô me sentindo nem culpada. Aliás, expiação de culpas faz parte desse meu processo de metamorfose. Faz, sim. Então, não tem culpa. Tem é saudade, de vez em quando. Que nem hoje. Então passo para dizer que estou bem e que continuo na crisálida, que as asas ainda estão úmidas e muito, muito fraquinhas. E que esse negócio de crescer dói muito. Já disse isso antes. Tem fases na vida que, simplesmente, aquela pele que a gente conhece e usou por tanto tempo começa a ficar incômoda. Pequena demais. A cor é estranha. Sei lá. E esse negócio de arrancar a pele, deixa a gente em carne viva. E é nesse ponto que eu me encontro agora. Sei tudo que eu não quero, só falta saber o que eu quero. E ainda me restam muitos esqueletos no armário. Haja terapia. Não tenho a menor idéia de onde vou parar. E não é assim mesmo que é a vida? Por isso, vou de Anônimos. Só por hoje. Um dia de cada vez.

4.4.06

Tempo


Não tenho vindo muito aqui. Não tenho tido condições. No momento, estou recolhida numa crisálida. Se daqui de dentro vai sair bicho que voa, não sei. Mas peço paciência. Preciso dar um tempo.