Eu costumo ir a um cabelereiro bem pequenininho, fazer as unhas, todo fim de semana.
Pois então, estava lá agora há pouco, e vi um drama se desenrolar. Uma moça chegou, morena, e disse que queria o cabelo igual ao da Aline. Aline é amiga dela, Aline é dona do salão, Aline clareia os cabelos, Aline é gaúcha e loira.
Então ela disse: Não tão branco como o da Aline, mas igual ao dela (difícil, né?).
A cabelereira tentou. Descoloriu, fez os reflexos, cortou. Ficou bem bom. A moça se olhou, se olhou, se despediu e foi embora.
Depois de cinco minutos, ela voltou. Chamou a cabelereira lá prum cantinho e reclamou que não tinha ficado exatamente igual ao da Aline, a franja estava diferente, etc. e tal.
Enquanto isso a manicure me conta que essa moça está sempre na cola da Aline (sabe "Mulher solteira procura"?).
E eu me pego pensando: o que é que dá nas pessoas para quererem se transformar em outras?
Como a falta de auto estima somada à admiração vai se transformando nessa inveja negra e tão dolorida?
Porque ela não quer ficar parecida com a Aline, ela quer ser Aline. E isso, meu bem, só nascendo de novo.
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