6.9.05

Um leão dourado sobre uma capa preta


Devia ter mais ou menos uns 7 ou 8 anos, eu acho.
Todos os domingos, almoçávamos no apartamento da minha avó nos arredores da Avenida Paulista.
Nesse domingo específico, minha Tia Déia estava lá. Jovem, bonita, com aquele cabelão liso, na cintura, como mandavam os anos 70. Linda, ela. Muitas vezes, lembro de ter pedido, na frente do espelho, para Deus me fazer linda feito ela, quando eu crescesse.
Então chega meu tio Wilsinho, jaqueta de couro, sorriso largo, com um LP novo. E coloca prá tocar no som do meu avô. Meu avô tinha um som enooorme, com caixas acústicas à válvula, que pareciam armários.
E aquele som tão diferente saiu de lá de dentro. Alto, alto, alto. Fiquei fascinada.
E meu tia e minha tia, jovens e lindos, riam e dançavam.
Era o Queen da capa preta. É disso que eu me lembro. Uma capa preta com um leão dourado. E Somebody to Love. E da alegria de ser jovem e lindo e livre.
Era assim que eu queria ser.
Quando o Queen veio ao Brasil pela primeira vez, eu estava lá, no Morumbi. Tinha treze anos.
Essa trilha, definitivamente, faz parte da minha vida.

Um comentário:

Sabujo disse...

Sortuda! Eu tb queria e não já não posso!