26.4.06

Vou de táxi

Pego um taxi de manhã num dia de preguiça ou talvez de chuva, não lembro mais. Quase chegando no escritório, o motorista me pergunta o que eu faço. Digo que sou estilista. Ele diz:
"Ah! Então você ganha dinheiro" (ênfase no você).
E eu:
"Então, tá. Até parece."

Não posso dizer que eu não ganho quando ganho bem mais que a grande maioria da população deste país. Mas não é tanto assim, não.
Percebo a força dessas imagens que projetamos e porquê?
Projetamos força, glamour, riqueza, equilíbrio, competência, bom senso. Criamos uma armadura, um exoesqueleto. Que pressupostamente deveria suportar. Sustentar a criança, frágil, delicada, medrosa. Não suporta. Endurece, enrijece, impede o crescimento e prejudica a visão que temos de nós mesmos e do mundo. E certamente pesa. Muito. Porque há que se manter essa imagem a qualquer preço e a qualquer custo. E vamos pagando. Anos à fio, juros de Casas Bahia.

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