Tudo na minha vida atualmente gira em torno da busca insana de um imóvel para o escritório. Parece que estou vivendo no intervalo das visitas a casas em ruínas e prédios comerciais cheios de salinhas, cheias de advogados e contadores, que mais parecem prisões. Tudo horrível, horroroso, medonho, cinza. E o pior não é isso. O pior é que nós achamos o lugar perfeito. Mas não é tão simples assim. O lugar perfeito tem um dono nada perfeito.
Estamos esperando há QUATRO semanas e NADA. O advogado do proprietário (sim, porque este, não quer nenhum contato de primeiro, segundo ou terceiro grau com o inquilino) já examinou, re-examinou, tre-examinou a papelada e me disse que eu sou a candidata ideal (cheguei quase a perguntar se ele não veria ver meu último papanicolau, tantos os papéis). Mas não sou a única. Tem mais dois interessados. E todos, esperando uma decisão do excelentíssimo senhor soberano supremo onipotente proprietário do local, um senhorzinho de 83 anos que mora num sítio e segundo o advogado é o ser humano mais sistemático do mundo e não tem pressa NENHUMA. Ele está tetra-examinando os papéis à busca dos pelos nos ovos e escolhendo o inquilino. Que pode ser qualquer um de nós, dada a arbitrariedade dos critérios.
Ligo duas vezes por semana para o Dr. Fernando (já estou ficando íntima, chamo de Fernando) para ele me pedir desculpas e dizer que acha, espera, acredita que dentro de três ou quatro dias o fulano já vai ter se decidido. E nada, nada, NADA. Estou a ponto de surtar de vez.
E vou dizer mais: além de tudo o preço está fora de mercado. Para baixo. Ou seja, nós podemos pagar. Porque um lugar feito esse, com essa localização, custa o dobro. E apesar de continuarmos procurando TODO SANTO DIA, ainda não encontramos mais NENHUM lugar com as características que precisamos e com um valor que possamos pagar.
E isso é um desabafo. Me desculpem.
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