Eu vivo dizendo isso. Que mulher é um bicho chatinho demais pelo qual eu não tenho muita apreciação, não. Claro, muitas exceções. O que eu não gosto é de mulherzinha. Essas que se apoiam nas fases cíclicas naturais e nos humores que, certamente, todas nós temos, prá fazer beicinho, charminho, nhé-nhé.
As que usam o sexo como moeda de troca e pior, como chantagem. Querem afeto, atenção, dinheiro. Dão sexo. E quando recebem sexo de volta, ficam ofendidas. Querem afeto, atenção, dinheiro. Negam sexo. E ficam aturdidas quando não dá muito certo. Ou então, querem é sexo mesmo e tem que inventar um conto de fadas prá justificar.
Essa história das mulheres de se ofender com o desejo masculino... juro, parece piada. Ele só quer me comer. Hã-rã. Provavelmente. Your choice, baby. Veja como um elogio. Decida o que quer fazer. E assuma. Fazem questão de não crescer, de não exercitar o bom senso, a maturidade, a independência.
E não enxergam. Ou enxergam e fingem não enxergar. Onde estão metidas, com que tipo de homem estão envolvidas, quais são as verdadeiras características de suas relações. E colocam sua vida, sua felicidade, seu corpo, seus dias e suas noites nas mãos de outra pessoa, sem assumir responsabilidade por nada que lhes acontece. O mundo é culpado, claro. Os homens são todos iguais (Sim, são, dears. Em algumas características básicas que fazem deles os seres do sexo masculino que apreciamos tanto, são mesmo. E, sinto muito, não adianta espernear contra as coisas que são).
E como reclamam. Como se praticassem um esporte. Reclamam de tudo. Do calor, do frio, da chuva, do sol, da calça que ele comprou, da faxineira, do fato dele não ter reparado que cortaram o cabelo. Pobres dos homens. Haja paciência. Gostam mesmo de nós, viu? Ou não suportariam. Já teriam nos matado a todas.
Uma certa tendência a complicar, elaborar, imaginar futuros possíveis e impossíveis. Ficar caraminholando o que queria dizer aquele sms. Quando queria dizer absolutamente o que estava escrito nele. Homens são, na maioria das vezes, literais. Básicos, simples, diretos*. Dizem o que querem dizer. Não ficam esperando que a outra pessoa adivinhe suas mágoas, seus desejos, suas vontades. Quando dizem: eu quero te comer... é isso mesmo que estão dizendo. Nada mais, nada menos. Aprenda a lidar com isso.
Não estou dizendo que eu não faça nada disso, hein? Faço, claro. É um exercício diário para não escorregar para as formas nas quais, parece, fomos todas moldadas. Mas manter os olhos e ouvidos abertos não é tão complicado assim.
Eu sei. Eu sei. Soa um pouco cético mas é uma das características que a maturidade traz. Os óculos cor-de-rosa não funcionam mais. O que não significa que não sejamos românticas, que não precisemos de colo, que não esperemos ser conduzidas nas ocasiões e momentos certos.
Somos complexas mesmo. Quem sou eu prá negar? Nem nós sabemos direito o que queremos. Simplesmente porque queremos uma coisa num momento e outra, dali a cinco minutos. Os sentimentos mudam, muda o humor... pronto. Muda tudo. Ele olha prá mim e não me vê quando estou passando por um dia particularmente carente e é o que basta. O monstro da insanidade resolve se manifestar.
Somos, como diz a sábia Rita Lee, um bicho esquisito. Exageradas, estabanadas, emotivas demais. Só não precisamos ser cegas. Nem burras.
* ainda escrevo, qualquer dia desses, um post chamado: Homem é um bicho básico.