22.12.10

Quickies

Trabalhando, trabalhando.
Indo ao apartamento novo todo santo dia, só para constatar que não vai ficar pronto mesmo, esse ano.
Vivendo entre caixas, sem cama e sem sofá.
Contando os minutos para o dia 25. Uma semana em Cancun com os amigos.
E essas serão as férias. Se é que dá prá chamar de férias... Uma semana? Não dá, né?
Na volta me esperam a mudança e uma montanha de trabalho.
2011 promete.

17.12.10

Só um desabafo de quem não é CLT

Eu nunca falo de política ou qualquer assunto desse tipo mas tem dias que... sinceramente... não dá.
Eu estou começando um projeto com uma fábrica que produz confecção para marcas de terceiros.
Estou desenvolvendo produtos para uma marca e vou receber da fábrica, uma comissão sobre o que for vendido.
Olha... a gente aperta daqui, aperta dali, faz o preço, coloca as margens da fábrica e as nossas (que são menores do que a gente pretendia e deveria receber) e quando colocamos os impostos... bem... os impostos são maiores do que o lucro da fábrica e a nossa remuneração somados. E o preço vai lá em cima e fica realmente difícil de negociar.

Então, sorry pelos idealistas, mas ser empresário nesse país, com essas leis trabalhistas e com essa carga tributária é ser um herói.
E apoiar um governo estatizante, que infla a máquina e aumenta cada vez mais os impostos para sustentá-la... sinto muito, não dá.
No meu segmento, o que acontece é que cada vez mais a produção sai do Brasil e se desloca para outros países. E é um segmento que poderia dar muitos empregos. Confecção é o segundo empregador depois da construção civil.

Conversei ontem com um amigo, empresário, para quem trabalhei durante dois anos. Uma das pessoas mais corretas e honestas que eu conheço. Tinha uma fábrica com 250 funcionários. Pagava todos os impostos, todo mundo registrado, funcionários respeitados. Uma beleza, mesmo. Há três anos ele fechou a fábrica e botou o dinheiro dele todo no banco. Diz que não se arrepende nem por um minuto porque esse é um país onde não dá para trabalhar. Não dá para produzir. E essa era um pessoa que acordava todo dias 5 da manhã e ia para a fábrica feliz.

Um outro, meu melhor amigo, que continua lutando, me disse que nos últimos 4 anos, a carga tributária dele aumentou 43%. As margens? Só rindo, né... Ele não consegue recuperar nem um quarto disso. Porque tem concorrentes de fundo de quintal que não pagam impostos, não registram funcionários e vendem mais barato. Está no banco, pagando juros altíssimos para conseguir girar o negócio e manter uma fábrica com 120 funcionários. A fábrica que era do pai e que ele ama. Mesmo. Portanto, chega de onerar quem paga, tem que fiscalizar melhor quem não paga.

Eu mesma. Há dois meses atrás, paguei mais imposto no mês do que a minha retirada. Uma empresa de duas sócias e uma funcionária. 20% do que a gente fatura é imposto. Isso, sem contar o imposto de renda de 27,5% que é aplicado depois, sobre as nossas retiradas pessoais. Gente... simplesmente não dá.

É óbvio que eu concordo com a distribuição da riqueza mais equitativamente, com condições justas e dignas de sobrevivência para todos, educação de qualidade, saúde, segurança, transporte. E que a forma de fazer isso é tributando. Mas tributando lucros, não onerando os produtos. Produtos e serviços, no Brasil, hoje, são mais caros que em qualquer lugar do mundo. Europa social democrática incluída.
Se não formos capazes de produzir riqueza, o que é que vamos dividir?
A nossa carga tributária e o nosso paternalismo inviabilizam a iniciativa privada.

Desculpe pela chatice, queridos. Só puta da vida mesmo.

9.12.10

Why god, why?

Só prá divertir vocês... porque não tenho saído, tenho evitado contatos de segundo e terceiro grau com seres do gênero masculino. Tenho somente trabalhado e encaixotado. Very fun, as you can see.

Mas tem essa pessoa com a qual eu saí... sei lá... um ano atrás? Se não for mais...
Nada de fundamentalmente errado com ele. É quase uma década mais novo que eu mas já cresceu o suficiente para ser homem. Se bem que já disse várias vezes prá ele que devia tratar de arrumar uma namorada e casar. Criatura totalmente família. Ama os sobrinhos. fala todo dia com ele. Tem cachorro e tal. Family man mesmo. Devia casar e procriar. E eu, no departamento procriação, digamos que já cumpri a minha missão nessa terra.

Anyway, a gente conversa de vez em quando e ele nunca deixou de jogar o xaveco básico, toda santa vez. A questão é que... problemas de compatibilidade mesmo. Exato. Lá. Naquele quesito onde as fantasias e os recalques se revelam.

Só sei que faz uma semana que a criatura não sai de mim, não sai. Mensagens, telefonemas, conversas. E eu já deixei bem claro que outra mulher poderia fazê-lo bem mais feliz que eu. Pessoa não desiste. Uma pena mesmo. Sendo que estou mais sozinha que cobrador de pedágio e a companhia da pessoa é muito agradável. Outside the bedroom.
E ele descreve o tipo de mulher que ele aprecia e sou eu. Sem tirar, nem por (tem circunflexo nesse por/pôr? Não sei mais escrever depois da reforma, sorry).
Só vim aqui escrever essa bobagem porque meu celular acabou de apitar e nele se lê: Bom dia. Beijos. Quite cute.

Enquanto que outro deles, que deveria ligar, is totally missing. Não, não. Nada apaixonada. Apenas dividiria um espaço plano com ele anytime, anywhere.
At your service, 24 hours a day. Home deliveries. Just a phone call away. Bla bla bla.

Why god, why?

6.12.10

Dr Freud, please, give me a break

Semana passada, Mateus me perguntou se eu voltaria com o pai dele. Oh God... Esse é o tipo de pergunta que acaba com a gente, né? Porque você acha que já está tudo entendido e sedimentado. Já se passaram três anos. E não. Eles sempre querem ver os pais juntos. No matter what. E o maldito Freud continua tendo razão diariamente nessa casa. Responsável por todo o tipo de sequelas emocionais dessa pessoa no futuro, eu serei. A Mãe. Arquetípica. Que abandonou O Pai.
Shit.

4.12.10

Trecho de In Treatment, Gabriel Byrne

Having a tennager at home is like going to the dark side of the moon. The person that you've known, that you've loved, just disappears. You just have to trust that, eventually, they will come back. Maybe different. But they will.

1.12.10

Update

Trabalhando bastante para entregar tudo que precisamos até o dia 17.
Embalando minha casa para mudar na semana do dia 20.
Remoendo meus pensamentos e me sentindo impotente em relação ao papel que realmente temos na educação dos nossos filhos.
Sendo e me sentindo sozinha.