Não sei porque fui me lembrar hoje, que no dia 28 de Outubro, fizemos 16 anos de casados. Passou em branco, como costuma passar sempre. Na verdade, eu sei o porquê. Porque eu e o Zé nunca nos casamos de fato, então esse dia foi inventado. Nosso casamento foi acontecendo gradualmente, conforme eu fui passando cada vez mais noites na "casa" dele e menos na casa da minha mãe. E dias inventados não dão muito certo, acho.
Só sei que não conseguíamos mais ficar separados e resolvemos morar juntos. Não teve enxoval, nem lua-de-mel, nem vestido de noiva. Também não tinha geladeira, nem fogão, nem sofá. Só um colchão, uma TV e dois jogos de lençóis. E claro, duas crianças apaixonadas e prepotentes a não mais poder. Como deu certo? Não sei. Tinha amor, certamente. E muita paixão. Mas também caras viradas, portas batidas, copos e cinzeiros quebrados. Nem de longe vivíamos na paz que vivemos hoje. Porque não desistimos? Também não sei. Talvez porque a vontade de ficar junto fosse maior que a raiva, o ciúme, a insegurança. Talvez porque de prepotentes que éramos, quiséssemos provar para o mundo que tínhamos razão (ninguém acreditava, disso eu tenho certeza).
Estamos aqui até hoje. Desde domingo eu não vejo o Zé, ele está viajando. Ligou agora há pouco dizendo que chega hoje. Eu disse que depois da meia-noite já é amanhã. Ele respondeu que chega hoje. Que bom! Estou morrendo de saudades!
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