Sábado fui almoçar no Jockey. Moro nessa cidade há 37 anos (com um intervalo de quatro) e nunca tinha ido ao Jockey. Na verdade, o convite partiu do cara que vai ser o novo chefe do Zé.
Então não tinha como recusar, né? Ele levou a família e lá fomos nós também (eu e o Mateus), fazer modelo família estável e feliz. A princípio achamos (nós dois) que ia ser um porre. E não. Nos divertimos muito. A mulher dele (essa é a terceira que eu conheço, o Zé já trabalhou com ele há mais de dez anos atrás) é muito boa gente e a filha dela, um doce. Acho que até o Mateus ficou embasbacado com aqueles olhinhos verdes de dez anos de idade.
Mas eu queria falar mesmo é do Jockey. Bonito lá. Mas tem aquele jeito de senhora da sociedade que um dia já foi muuuito rica e não perdeu a pose. Os vestidos já meio puídos, sapatos desbotados que antes dançaram em grandes salões, o batom meio que ultrapassando a linha dos lábios, o brinco de pérola com brilhantes pesado demais. Uma sensação esquisita.
E o pobre do garçom tentando servir à francesa e tendo que pedir para "apertarmos" as cadeiras prá ele conseguir passar entre elas e a grade. Coitado. Lá pelo meio do almoço, ele desistiu, claro. Talvez porque não tivéssemos cara de quem fazia tanta questão assim do serviço à francesa ou então pela simples dificuldade prática. Sei lá. Só sei que na hora da sobremesa ele já estava passando os pratos por cima da mesa. Amém. Que aquele sacrifício todo já estava me dando nos nervos.
E jogamos nos cavalos, claro.
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3 comentários:
Olá, Dani
Seria um grande prazer e honra eu ter um texto meu publicado em teu blog.
Vou colocá-lo aqui e você copia para aí!
Um abraço para você e espero que possamos manter ocntato sempre.
PS: Morei na frente do joquéi e nunquinha pisei lá. Mas já mirei muito aquelas luzes em noites de solidão e saudade.
Dias Femininos
Parece que os dias andam de TPM.
De repente, assim, completamente do nada, cai um pé d'água que alaga tudo, despenteia o mundo, aquele chiliquito, um piti úmido, berros de trovões tremendo a casa, estampidos ensurdecedores, clarões histéricos, lágrimas gigantescas escorrendo por debaixo de minha porta, invadindo a minha cozinha. O céu tá berrando NINGUÉM ME ENTENDE! NINGUÉM ME AJUDA NESTA MERDA DE VIDA! TUDO EU!!! AIIII, QUERO MORRER E ALAGAR O MUNDO!!
Aí vai embora da mesma forma que chegou. Abrupto. Como se nada tivesse acontecido. Passou.
Para me garantir, mantenho um pacotinho de BIS, meio comido pelas formigas. Quando começa a chover, berro pro céu:
-Ta aqui, meu bem, tá aqui. Tó esse chocolate vai ficar tudo bem. Tó. Tá aqui em cima. É teu.
E os céus, com vergonha de suas instabilidades, descem uma língua invisível e lambem o chocolate ofertado lá na mureta. Assim que se saciam, acalma e levam suas águas para longe.
É..os dias estão femininos.
Tomara que menstruem logo e acabem de vez com esse sofrimento. Uma semana de chuva forte, limpando os dias, esvaziando o porão do céu e ele, femininamente novo, possa descansar em paz e me deixar tranqüila quando saio e deixo roupa no varal.
Tatiana Rocha
Dani, mil desculpas pelo furo de segunda. Não tenho nada a fazer, a não ser me esconder atrás da minha vergonha.
e ganharam?
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