24.3.06

Filhos do Silêncio

Queridos amigos, voltei. Cheguei ontem de manhã e dormi praticamente o dia todo. Que tinha um bebê no avião que eu vou te contar. A viagem valeu por muitas razões mas, principalmente, pela razão que a motivou, o próximo verão. Tá tudo aqui na cachola, devidamente anotado e arquivado. Ficamos na casa do irmão da Marcia, que mora nos Estados Unidos há vinte anos. Ele mora num daqueles condomínios de subúrbio, totally Desperate Housewives . As casas, as ruas, os jardins, as pessoas. Pessoas? Que pessoas? Juro, gente, você não vê, nem ouve ninguém. Diz a lenda que moram pessoas naquelas casas. Inclusive crianças e cachorros. Mas a gente só vê os carros e escuta o silêncio. Total. Absoluto. Completo. Miami é uma cidade com um clima maravilhoso nessa época. Céu azul de Brigadeiro, sol todo dia, não muito quente. Ninguém sai no jardim. Ficam todos trancados em casa com o ar condicionado central ligado e as cortinas fechadas. O tempo TODO. Ninguém abre uma sacrossanta janela para o dia entrar. Nunca. É muito, muito estranho. Acabo de descobrir que sou uma filha do caos. Que aquele silêncio me deu nos nervos. A perfeição. Irritante.
Mas tem coisas boas, tem sim. Uma inveja total e absoluta daqueles eletrodomésticos que não sai de mim, não sai de mim, não sai. E cousas, cousas, muitas cousas para comprar. Tudo de tudo em todos os tamanhos, modelos e cores. Que a diversão lá, é sair para consumir. A deles, bem entendido. Que ganham em dólares. Muitos e verdes.
Tá, tá bom. Fiz umas comprinhas. Passei QUATRO horas no Wall Mart e enchi o carrinho de bugigangas. E trouxe uma bicicleta pro Mateus megastrônica, super hiper blaster de 79,99 doletas. E umas 501 pro Zé. E um telefone sem fio com DOIS aparelhos. E mais umas coisitas. E é bom, bom, muito bom, ter um amigo que trabalha na companhia aérea e despacha tudo, passa a gente para a frente da fila e não cobra excesso de peso.
Ah! E o carro! Alugamos um veículo. Que era para ser um carro mas parecia mais assim, uma nave espacial. Vamos sentir muitas saudades dele.
E é mais ou menos isso. Somado com bolhas nos pés, um resfriado americano (o que é aquele ar condicionado, minha gente!) e a consciência que sou pobre, pobre, pobre de marré, mas muito feliz.

3 comentários:

Anônimo disse...

Dani, vai ver é por isso que eles saem atirando em todo mundo! Mas que delícia de viagem, heim? Que bom que vc gostou e aproveitou! Vamos combinar uma cervejinha logo?

Anônimo disse...

Wellcome back, dear.

Anônimo disse...

Eba, Dandan voltou!
Beijos