15.5.06

Estou triste, muito triste

Fiz uma brincadeira sobre o que está acontecendo aqui em SP mas não consigo parar de pensar em tudo isso. E em como isso é sério. O que transforma seres humanos em monstros? Me lembro do filme que eu mesma indiquei no questionário roubado da Monix - A Onda. E como é fácil ser dragado pela espiral do grupo. Como é quase impossível resistir à influência do meio, principalmente quando se é muito jovem e carente de auto-estima. Que vem a ser o caso de boa parte da juventude brasileira que vive nas grandes metrópoles. Moradores de favelas, cercados pelo tráfico de drogas, vindos de lares disfuncionais e, principalmente, recebidos por um sistema educacional que não funciona ou ainda pior, que é contra-producente.
É um círculo vicioso de baixa expectativa. Eles não esperam muito da vida e não se espera muito deles. Há uma falta absoluta de sentido de valor próprio, então é compreensível que eles busquem esse valor, essa identificação, nos grupos que estão à sua volta, os bandidos. Quando é que essa criança perde a esperança? Quando é que ela perde todo e qualquer parâmetro moral e ético e se tranforma num ser humano capaz de atitudes tão atrozes? Quando é que ela se torna controlada pela raiva diante da injustiça que é a sua realidade? Não sei.
É claro que a resposta está na educação que nos falta. É óbvio que escolas não são somente prédios onde se jogam crianças dentro, com um punhado de cadernos e livros. Não deveriam ser. Deveriam ser lugares onde fosse possível descobrir o próprio valor, a própria capacidade. Deveriam ser lugares onde o poder transformador do conhecimento, da arte e do esporte pudessem realizar o seu milagre. Um lugar onde um garoto descobre que é capaz de tocar um instrumento, que é um artista, portanto é capaz de qualquer coisa. Acontece o contrário, infelizmente.
O que nós podemos fazer?

Um comentário:

Anônimo disse...

CARALHO Dani, estou PUTO! Com os inocentes todos que perdem a vida. Dos mocinhos e bandidos. Com os inocentes aqui que ganham o medo ou seja perdem a vida também. Vivemos essa pseudovida competitiva cheia de ganhadores, gente bacana e bonita que paga impostos, faz bonito na fita, que acredita solenemente nas leis limpa-barras tipo a Rouanet, fala bonito mas se dá pequenos luxos como uma seção funga-funga ou fumacinha que afinal ninguém é de ferro. (Esse final é da Paula Mageste) Nada contra mas o discurso bonito azedou! Acho que a raiz do problema é a educação mesmo só que agora não estamos mais mexendo com a raiz, são os frutos que já vieram. Acho que alguém deixou de fazer a lição de casa há algum tempo e não foram os bandidos não. Fomos nós porque se me recordo tinhamos uma educação boa e pública até há uns 30 anos atrás. Muito melhor que a rede particular de ensino. Sim, infelizmente fomos nós que não fizemos a lição de casa!