No fim de semana passado, a ansiedade baixou o suficiente para eu conseguir terminar um livro que vinha arrastando há um mês - The Jane Austen Book Club da Karen Joy Fowler. Não estou recomendando, nem denegrindo. Foi mais ou menos. Deve ser bem mais divertido para quem já leu Austen. Não é o meu caso. Ainda não tive saco prá encarar (a Renata do Belas tá lendo - que tal Renata?) De qualquer forma, não é disso que eu quero falar. No livro, tem uma personagem chamada Sylvia. Sylvia tem uma filha, Allegra, que sofre um acidente. Num certo momento do livro, ela diz:
"Quando eu estava dirigindo para o hospital, eu pensei: se a Allegra estiver bem, eu serei a mulher mais feliz do mundo. E ela estava, e eu fui. Mas hoje, a pia está entupida e há rachaduras na garagem e eu não tenho tempo para lidar com nada disso. O jornal está cheio de miséria e guerra. E eu tenho que ficar me lembrando de ser feliz. Se as coisas tivessem sido diferentes, se alguma coisa tivesse realmente acontecido com a Allegra, eu não teria que me lembrar de ser infeliz. Eu seria infeliz para o resto dos meus dias. Porque a tristeza é tão mais poderosa que a felicidade? "
E é sobre isso que estou pensando hoje. Sei que andei falando sobre felicidade recentemente e que gente felizinha me irrita profundamente. Mas não é dessa felicidade comprada na farmácia ou no shopping que eu tô falando. Estou falando sobre a capacidade do ser humano em estar bem consigo mesmo. De verdade. Depois de ter ido até o fundão do seu próprio poço e voltado. De uma satisfação que transcenda o trivial. Sei não. Acho que não dá. O tempo todo, não dá não. Acho que não fomos construídos para sermos constantemente felizes.
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Depois de uma semana com vontade de raspar a cabeça, meu cabelo hoje, tá espetacular. O que eu fiz? Nada. Go figure.
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5 comentários:
Dandan, volta das estrelas e brava! Humpf!
Por que vc sempre faz esses posts que me obrigam a pensar na vida, mulher? Por que? E lendo isso me lembrei de um ditado meio pessimista que ouvi a minha vida inteira: "minha filha, felicidade eterna não existe. O que existem são momentos felizes, então aproveite os que tiver." e por causa disso, toda vez que estou no meio de um momento muito feliz, me dá uma certa nostalgia, porque eu sei que ele não voltará mais.
Mmm, não sei, acho que não fomos construídos para ser coisa nenhuma o tempo todo. Nem felizes, nem infelizes. Nem bad hair, nem great hair everyday. ;o) Somos todos mutantes, mutáveis, e aí é que está a graça da coisa. Acho.
Essa foi pra pensar o final de semana inteiro, né? Haja felicidade.
Pensei, pensei, pensei e nada de novo surgiu na paisagem. Absolutamente nada. Imagine uma visão panorâmica da superfície de Marte, seco, laranja, sem nada.Você sufocado e sem ar. Calor insuportável. A garganta totalmente seca que até cola. Eis que surge de num sei daonde, Severino Cavalcanti dentro de uma roupa de escafandrista carregando um saquinho do Mc Donalds com o número 1, que tal? Deu pra ficar feliz? Passam-se duas semanas e lá vem o Séverino todos os dias com o maldito saquinho! Que tal, hein?
menina, eu parei de ler, acredita? ando meio confusa nos últimos dias, sem conseguir fazer nada direito.
:**
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