6.2.06

Problema de classe?

Eu chamo atenção. Não, não é bem isso que vocês estão pensando. Não sou nenhum monumento. Sou alta, só isso. Na verdade, nem tão alta assim, mas o suficiente para as pessoas virarem o pescoço na rua prá me olhar. Estou acostumada, já que tenho este tamanho desde os treze anos. E acho que em função disso, moldei o meu vestir. Esse vestir, como o de todo mundo, passa uma imagem.
Dia desses fui ao cartório reconhecer firma de uns papéis. Estava lá esperando quando entrou uma moça. Essa, também, chamava a atenção. Propositalmente. Fico pensando o que dá na cabeça das mulheres para sair pela rua vestidas desse jeito. Fazia um calor infernal e a pessoa usava botas salto agulha até o joelho e uma calça muito justa, mas muito, muito justa. E um cinto largo cheio de tachas e uma camiseta justinha cor de rosa e balançava os cabelos de lá prá cá. Descrevendo não sei se dá prá entender, vocês tinham que ter visto.
Olha, eu até gosto de sexy, mas aquilo era outra coisa. Era um deseperado: OLHEM PRÁ MIM!!
Eu também gosto de me sentir bonita, claro. Quem não gosta de olhares de admiração?
Talvez eu esteja sendo careta, mas acho que tudo tem hora e lugar. E não consigo evitar de me sentir um pouco diminuída como mulher, quando vejo esses seres, pertencentes ao meu gênero, trabalharem tão insistentemente na manutenção da condição da mulher como objeto.
Talvez eu esteja exagerando. Sei lá. Já falei um pouco disso no post Nem Luma de Oliveira nem Ruth Cardoso, tempos atrás. Tenho lá minhas dificuldades em usar minhas armas de mulher. Sempre acho que estou apelando.
Pensando bem, tenho que parar de ver isso como um problema de classe (classe aqui, significando as mulheres) e passar a ver, simplesmente, como uma questão de escolha.

3 comentários:

Anônimo disse...

Oi Dani, vou colocar aqui a minha sincera visão da cousa e acho que as moças vão comer o meu fígado mas... um dia as mulheres já se espelharam nas Harpers, Vogues, Vanitys em se tratando de elegância e estilo. Hoje parece que as Cosmopolitans ditam as regras "neurolinguísticas" do (Des)Vestida para Matar. Nem a vovó Cláudia escapa dessa. Nada contra as armas femininas, gosto bastante aliás, se bem portadas caem como uma luva. O que eu sinto muitas vezes é que corpo, mente e coração estão andando cada um para um lado. E daí que a linguagem visual nem sempre acompanha o que vai por dentro e o resultado é a imagem de uma plástica que não deu muito certo.Preciso ir trabalhar mas o tema é interessantíssimo. Um beijo

Momento Descontrol disse...

Dani, adorei o título do post. E concordo com o Eli no comentário. A mulherada tá louca.

Anônimo disse...

Eu acho que sim, devemos ver o modo como cada um se porta como uma questão de escolha. Mas não dá pra negar que algumas escolhas são terríveis.