Silêncio total. O Mateus saiu com o Zé para comprar um presente de dia das mães prá mim. Eu não faço absolutamente nenhuma questão e não é fingimento de mãe. O Zé quase nunca compra presentes prá mim. Ele diz que é muito difícil e tenho que admitir que é mesmo. Mas o Mateus quer, então, lá foram eles. Eu disse pro Zé prá passar na feira e comprar umas flores. Assim não tem erro. Eu adoro flores. O almoço vai ser aqui em casa mesmo. O Zé vai fazer sukiaky. Fila de restaurante no dia das mães, ninguém merece.
Estou aqui me lembrando do meu primeiro dia das mães. Vou lá no Google. 8 de Maio de 1994. Faço xixi naquele palitinho de plástico branco e confirmo que estou grávida. Dezessete dias de gravidez. Não tinha muita certeza se o palitinho ia funcionar com tão pouco tempo, mas esperava que funcionasse. Vocês tem que admitir que é especialmente dramático, descobrir que se está grávida no dia das mães. O Mateus nasceu dia 15 de Novembro desse mesmo ano. Prematuro.
Hoje eu sei que tivemos muita sorte mas, na época, eu tinha certeza de que ia dar tudo certo. E deu. Hoje ele está aqui. Onze anos. Bonito, inteligente, perfeito (eu sou mãe dele, né?).
Não foi fácil prá mim, ser mãe. Me lembro muito bem de ter ficado paralisada com a responsabilidade e o tamanho dessa tarefa. Por um bom tempo. Ele me acompanhava com os olhos. E me olhava com tanta .... adoração, acho que é a palavra mais correta. E eu ficava apavorada. Pensava: meu deus! Essa pobre criança não tem noção. Colocar toda a sua vida nas minhas mãos! Será que eu tenho competência prá isso? Formar um ser humano, ensinar valores, estabelecer as bases de um caráter, educar. Era muito, muito grande.
Depois eu fui relaxando, claro. E me convencendo de que o que eu podia fazer era, simplesmente, o que eu tinha condições de fazer, sendo quem eu era. Era o meu melhor e, com certeza, não seria a perfeição.
Porque, entendam, eu queria que fosse perfeito. Eu queria ser perfeita para ele.
Hoje eu sei que eu não sou. Nem de longe. Mas também não posso evitar de sentir orgulho quando vejo essa criança, acima de tudo generosa. Com um caráter íntegro e a capacidade de se colocar no lugar dos outros. Capacidade de sentir compaixão. Não sei até que ponto, fui responsável por isso. Não sei. Mas sei que não importa que tipo de pais sejamos, sempre haverão problemas. E conflitos. E que o mais importante, acho, é a capacidade de reconhecer os erros e mudar de curso, quando necessário. E a honestidade.
Bom senso e muito amor. É com isso que podemos contar. E é muito.
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4 comentários:
Só sendo mesmo, parabéns!
Ai, Dani, ainda hoje eu me assusto com essa responsabilidade e com essa adoração, viu? Belo post!
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