30.9.05

Fada Madrinha




Numa daquelas estórias infantis, Bela Adormecida, acho, tem várias fadas madrinhas. Quando a fulana nasce, elas vão, cada uma, concedendo coisas para o bebê. Beleza, inteligência, riqueza, etc. Pois então, tem uma coisa que eu queria. Aliás, várias. Mas tem uma que eu acho, todo ser humano devia ter direito. Um banheiro exclusivo. Um banheiro só meu, meuzinho. Grande, branco, iluminado por um janelão, com flores, vidros de perfume antigos, uma poltrona fofa onde eu pudesse ler. Juro, eu moraria lá. Adoro banheiros. Mas o principal, o principal, mesmo, seria entrar neste magnífico banheiro e não encontrar: meias, uniformes de escola e toalhas molhadas pelo chão, pia TODA molhada - após função fazer barba, rolo de papel higiênico SEM papel, condicionador da L'occitane derramado (putaqueopariu!) e afins.
Ai, ai, seria O sonho.
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PS. Acho que eu vou comprar esse livro aí, da foto. Prá sonhar com mais propriedade.

Descriminalização do Aborto

Ontem foi mais um dia de blogagem coletiva do Nós na Rede, se você for lá no Duas Fridas ou na Denise Arcoverde encontra os links para todos os textos. Eu não participei, mas li alguns textos e queria dizer alguma coisa sobre o assunto.
Eu sou a favor da descriminalização do aborto por várias razões, mas as mais importantes são:
Acho que uma justificativa religiosa não cabe. Nem todas as pessoas são religiosas e o estado é laico, portanto não se pode criar uma regra que obrigue essas pessoas a agir de acordo com esses ou aqueles preceitos religiosos.
Cabe, sim, uma discussão ética, mas esta é longa e filosófica e permite uma série de conclusões, como qualquer discussão filosófica que se preze.
O maior motivo que vejo, na verdade, para a descriminalização do aborto é que ele existe de fato. E eu não acredito em tapar o sol com a peneira. Milhares de mulheres fazem. Todo mundo está careca de saber que, para quem tem dinheiro, existem clínicas onde a mulher tem privacidade, médico, anestesista e principalmente segurança. Só que para a maioria, essa não é a realidade. Para a maioria vale o comprimido que a amiga indicou, a conhecida da sogra da vizinha que faz de um jeito "seguro" e cobra baratinho, o chá da erva sei lá das quantas. Gente, isso é fato. Essas mulheres correm risco de vida. E não adianta dizer que falta planejamento familiar, informação, acesso ao péssimo sistema público de saúde, porque todo mundo sabe que falta mesmo. Temos que lidar com o problema real.
Ninguém, que tenha um pingo de bom senso acredita que o aborto seja uma solução fácil para qualquer mulher. Porque não é. Muito menos prega que o aborto seja usado como contraceptivo.
Acho, inclusive, que a descriminalização acompanhada de um programa de acompanhamento médico e psicológico, tende a diminuir a quantidade de abortos.
Nada, para o qual exista demanda, deixa de existir quando é tornado ilegal, vide drogas, prostituição, eteceteras e tales. Se tem gente que quer fazer e tem dinheiro prá pagar, tem alguém lá que faz. Todo mundo sabe disso. O que não significa que temos que nos resignar e sair por aí permitindo tudo. Mas significa que temos que pensar sobre esses assuntos com a cabeça livre de pré-conceitos para poder encontrar soluções que, de fato, ajudem as pessoas.

29.9.05

História da Computação ou À Manivela II

Continuando a saga dos primórdios da computação. Três ou quatro anos se passaram, eu já estou na faculdade de Artes Plásticas e sou estagiária de uma empresa de: Tã, nã!! Computação Gráfica!! Saudades, saudades, saudades daqueles tempos da Palette Imagem Eletrônica. Já existem monitores coloridos (16 maravilhosas cores, tá?) e você consegue fazer um degradée desde que seja em linha reta (não é fantástico?). Não precisamos mais gravar as coisas em fita cassete porque foi inventado o maravilhoso disquete! Aquele grandão e molengo. E o que fazemos lá? Algumas ilustrações para revistas (o ponto diminuiu um pouco, mas não muito - sai TUDO serrilhado - mas a gente desfoca um pouco o cromo e tudo bem) e na maior parte do tempo, apresentações para grandes empresas com a fantástica tecnologia do projetor de slides. É assim: fazemos os desenhos e textos no computador, fotografamos em cromo com uma maquineta inventada e montada pelo nosso gênio nerd físico da USP particular Klaus Koster (por onde será que ele anda?), revelamos e montamos os slides. Lindo, né? O Power Point está a anos luz no futuro. Gente, era tãaaaao divertido!! Estávamos trabalhando com tecnologia de ponta (de Ponta Porã, você vai dizer, mas era. Eu juro). Impressora? Não tinha. Só matricial. Placa de vídeo? Targa. E você tinha que trabalhar com dois monitores: um de fósforo verde (olha ele aí de novo!) para os menus dos programas e um pequeno com as fantásticas 16 cores para os desenhos.
Na faculdade, eu era a ÚNICA pessoa que já tinha mexido com computação gráfica! Me fizeram até dar uma palestra para todas as turmas de CV, DI e Artes Plásticas. Veja você.
Eu já sabia que o que eu queria mesmo era ser estilista (dos chiliques da minha mãe quando escolhi essa faculdade - que não servia prá absolutamente nada - falo outra hora). Só para constar, ela fez GV, meu irmão fez GV e minha irmã, mais modesta, fez Administração (que dúvida!) na FAAP e que o computador, prá mim, ia ser simplesmente uma ferramenta de trabalho e não um meio de vida.
A saga continua.... Aguardem o próximo capítulo.
PS. Alguém aí é desse tempo? Tirando o Eli, é claro, que foi meu Mestre Yoda.

28.9.05

Cobro ou não cobro?

Doletas
A Weblog Inc oferece 500 dólares por mês para o blogueiro disposto a publicar 125 posts por mês, além de "monitorar comentários, respondê-los e deletar os ofensivos".Na Gawker, dizem as más línguas, os blogueiros recebem entre 7.000 e 10.000 ao mês. Dólares, naturalmente.E no Brasil, quanto vale o trabalho de um blogueiro? Por enquanto, não muito.
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O Eli me passou essa notícia ontem e eu só fui conferir agora. Putaqueopariu, SETE MIL DÓLARES???????? E eu aqui, desesperada para pagar as contas e fazendo de graça e com prazer o que tem gente ganhando, e bem, prá fazer. Well, pensando bem, tem uma série de coisas que faço de graça e com prazer que outros cobram prá fazer...

Isaura féshion

Depois de três cafés duplos e dois cigarros, o Tico começa a falar com o Teco.
Quando eu comecei esse blog, jurei prá mim mesma que não ia falar de moda, porque moda pode ser o assunto mais metido à besta do U N I V E R S O. Só que ando trabalhando tanto, que não me resta nenhum outro assunto.
Além disso, o inverno resolveu chegar agora (12°C, nesse momento). Seria irônico, se não fosse trágico. Depois de um inverninho sem vergonha (o varejo teve que liquidar tudo que foi casaco), vem esse frio desgraçado, bem quando a coleção de verão acabou de entrar nas lojas. São Pedro, definitivamente quer que a indústria de confecção vá pro inferno. Acho bom mudar de ramo ou não entro no céu. Deve ser mesmo pecado criar desejos nas pessoas. Desejos de coisas que elas não querem e não precisam. Se bem que vamos ter a companhia dos publicitários lá embaixo (ai, credo, o inferno deve ser insuportável, porque mais metido à besta que o povinho da moda, só o povinho das agências).
Depois de entregar a coleção de vestidinhos e blusinhas para que todo mundo possa estar linda nas festas de Natal das firmas e repartições do mundo afora (Amém, eu nunca trabalhei em nenhum lugar com mais de CINCO funcionários, trabalhamos para grandes empresas sempre do nosso micro escritório, portanto estamos à salvo dessa maldição universal do mico oficial de Natal), estamos agora trabalhando simultaneamente em duas coleções de alto verão para janeiro e início de fevereiro (cêis vão prá praia e nóis sofre), uma coleção de transição (o nome é fino, mas significa faxina - serve prá limpar a loja antes de uma nova estação (barato, neutro, básico) e a primeira entrada de, pasmem, Inverno. Do ano que vem. Tudo isso atá dia 07. Portanto, essa que vos fala, está num lerê feladaputa. Sem assunto, sem disposição, sem graça. Sorry.

27.9.05

Auto Piedade

Eu não dirijo. Tenho uma série de explicações práticas, filosóficas, emocionais e familiares que não vem ao caso. Vivo muito bem desse jeito. Uso como meio de transporte, os pés, o metrô, taxis e caronas dependendo do trajeto e da distância. Acho, que nessa cidade doida que eu vivo e adoro, isso me alivia de metade do stress.
Além disso moro a sete quadras do metrô e trabalho a cinco. Essas doze quadras, ires e bires, todo dia, acredito me ajudam a manter meu peso no lugar, junto com o cigarro e a abstinência de doces de segunda a quinta.
Mas quando faz frio ou chove, feito hoje, tenho uma dó de mim mesma....

À beira de um ataque de nervos

Ontem, fui levar o pijama pro meu filho, que estava saindo do banho:
"MANHÊEEEEE!!!!!!!! TRAZ A ROUPA!!!!!!!!!!"
Enquanto ele se seca, ficamos conversando. Ele diz:
"Mãe, cê tá tão nervosa. É só eu abrir a boca, você nem me escuta e já vai reclamando e aumentando a voz."
Reconheço que é verdade e explico:
"Filho, a mãe tá muuuuito cansada, trabalhando demais, muito estressada, sem dinheiro, tudo isso. A Mãe não tá bem."
"Mãe, então cê não tá bem faz um ano!"

Ai, Jisuis. Eu estou insuportável MESMO. Se ele nem se lembra de mim em outro estado de espírito, diverso desse em que eu me encontro, tô fudida. De verde, amarelo, roxo, laranja e pink. Preciso tratar de cuidar de mim mesma. Ou enlouqueço de vez.

Ela voltou!!

A Cá voltou. Vocês não tem idéia do que isso significa prá mim. Ela é a dona dessa casa. Sem ela, minha vida vira um inferno. Nosso casamento já dura treze anos e gente, eu não vivo sem ela.
Tirando o detalhe de me livrar de pagar duas empregadas por quatro meses (como demora para passar essa licença maternidadade!), o que vai acarretar uma melhora considerável no meu saldo bancário; minha casa, que andava meio gris, está branquinha de novo, consigo achar minhas coisas nos guarda roupas, todo mundo está mais feliz.
Ela é tão importante para mim que se o Zé me dissesse: Ou eu ou ela, não sei não...
Pensando bem, acho bom eu não fazer essa pergunta prá ele também.

26.9.05

Isso também não infiltra

Essa é velha, mas eu lembrei ontem porque estávamos despachando muita coisa prá fábrica no Rio, via transportadora, com os Correios em greve (Juliana, continua espetando os alfinetes no boneco do carteiro, tá?). Estávamos em Lins, nossa cidade mãe, onde fomos passar o Natal. Resolvemos, de impulso, que Lins tava muito chato, então vamos de carro prá Florianopolis, casa de irmã, passar o Reveillon. Muita gente prá ir, não cabem todas as malas no carro (minha irmã estava lá e ela não carrega malas quando viaja, carrega a Le Postiche inteira). Resolvemos despachar algumas por ônibus. Vamos até a rodoviária, no guichê da Itapemirim, prá saber como é que é, quanto paga, etcéteras. Minha irmã pergunta pro moço:
"Como é que funciona? É pelo peso?"
"Não. O peso não infiltra"
(??????????????????)
Ela segura a risada e diz:
"É pelo tamanho das malas?"
"Não. O tamanho das malas também não infiltra."
(nesse momento, tá difícil de não explodir na gargalhada...)
"´Tá. Então o que é que infiltra?"
"A quantidade de volumes"

Gente, a gargalhada foi tão boa, tão boa!
Depois dessa data adotamos a infiltração. Na nossa família, desde então, ou uma coisa infiltra ou não infiltra. As influências que se danem.
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PS. O Correio já voltou, portanto se precisar de um ritual vodu, é com ela.

Vade Retro, Lúcifer!!

Hoje eu vim de taxi, porque esse frio mardito (na previsão de hoje disseram de 12 °C a 17°C) e ainda por cima com garoa paulistana, ninguém, ninguém mesmo merece. Pois então, estou lá no taxi e tem um carro parado do meu lado direito, um pouco mais adiante. Os vidros são daqueles pretos, não dá para ver nada dentro. E eu olhando prá lá, meio que olhando pro nada. De repente o vidro abre e o cara faz um cara de travesseiro (velho, fedido e carocento) e diz, só com os lábios: L I N D A, assim bem devagar, olhando para um lugar onde não tinha nada. A cara dele era tão redícula, meu deus. E eu lá com cara de pastel, me perguntando para quem é que o cara tava fazendo essa performance. De repente, me toquei. Se eu tava vendo ele pelo espelho, então ele...
Ai, CREDO!!!!

Oxalá!

O fim de semana veio e foi e eu nem percebi. Isso é que dá marcar reunião no sábado de manhã, depois de ter tomado algumas (não todas, que não dava mesmo) na sexta. E emendar com um aniversário de criança. Sábado já era. No domingo, cozinhança prá família toda, tava muito bom mas lá se foi o domingo também. O que me salvou foi ficar séeeculos com meu sobrinho bebê no colo. Barulhinho de nenê, cheiro de nenê, quentinho de nenê, lavaram a alma do ser humano destroçado que eu era.
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Não é novo, mas é bom. Se você já leu por aí, pobrema seu.

"Haverá um dia em que todos voltaremos a ser felizes. Será o dia em que Rosinhas serão apenas flores, Garotinhos apenas crianças, Genuínos serão coisas verdadeiras, Serra será apenas um acidente geográfico ou uma ferramenta, Genro apenas o marido da filha, Lula apenas um molusco marinho e Severino, apenas o porteiro do prédio".

Do Serjones.
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E meu pacote chegou !!! E ela gostou!!!! Ai, que alívio!!!

23.9.05

Feito criança

Não tinha contado ainda. Andei enterrada em trabalho (continuo, aliás) e não estava tendo o tempo e a concentração necessárias para pensar sobre as coisas e escrevê-las do jeito certo.
Pois, então. Cheguei em casa um dia essa semana e encontrei um pacotinho do SEDEX para mim. Surpresa, ainda mais com o Correio capenga. Olho o remetente: Maria Andrea XXXX. Ai, tia Déia!! Oba!!
Abro. E lá está o presente mais lindo do universo. Prá mim. E meu último aniversário já foi faz tempo e pro próximo ainda falta um tantão. Chorei até. Tão bom isso, me deu uma sensação de ser criança de novo. Eu que sou uma mãe canceriana, amiga co-dependente, não faço senão tomar conta dos que me cercam. Responsável por tantas bocas. Chorei mesmo. De vez em quando, ser cuidada e paparicada faz um bem enorme. Obrigada, tia.
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PS - Sei que vocês já perceberam, pela quantidade e horário dos posts de hoje que não estou fazendo bissolutamente nada, a não ser blogar e ler blogs. Já disse que hoje é sexta e eu só estou aqui enrolando mesmo até a minha irmã ligar prá irmos nos encontrar nalgum canto.
Viu, Eli? Hoje eu não sumi. E não sou celebridade, porra nenhuma!

Até que enfim.........

Hoje é sexta. HOJE É SEXTA! Sexta, sexta, sexta, sexta.
Amém.Amém. Amém. Amém.
E para completar a minha amada irmã chegou e já me ligou. Quero sair correndo daqui já prá ir bater perna com ela e jogar conversa fora. E beber. Enfiar os dois pés na jaca e em todas as outras frutas da quitanda. E dançar. MUITO.

Plágio

Plágio descarado da ótima Pão na Chapa - nova e deliciosa descoberta do mundo virtual.

Senhor Deus,
Da próxima vez que me mandar a este mundo por favor me dê a voz da Joss Stone. Pode ser com a cara dela mesmo, o corpo mantenha como está, que tá de bom tamanho.
Mas se for fazer serviço completo, pode por aí o cabelo da Aline Moraes, a cara da Jolie, o corpo da Demi Moore (gente, essa mulher não fica velha!), e um bom cérebro, por favor, porque bonita burra não me interessa.

A estrutura é a mesma, mas eu troquei as muié que gosto não se discute.

À manivela

Ó gente, quando eu comecei nesse negócio de computador, no século passado (literal e figurativamente), o negócio era complicado. Vou contar prá vocês, mais novinhos do que eu, e juro que é verdade. Quando eu tinha quinze anos, resolveram, lá na minha muderníssima escola, fazer um curso de computação. Era opcional, à tarde, e eu, claro, resolvi participar. Era um curso de programação em BASIC!! (isso era uma linguagem de programação anti-diluviana).
Pois então. Os computadô, propriamente ditos, eram uns mundrungo da Prológica (TK 85's - prá quem é véio que nem eu)!! ligados nuns monitores de fósforo verde!! (gente, isso era moderno demais!!) e pasmem: não haviam drivers para disquetes (nem isso existia ainda!). A gente ligava um toca fitas na máquina e todo santo sacro dia, instalava o programa operacional com uma fita cassete!!. Juro, juro, juro!! Porque além de tudo, o computador ficava vazio - era como se você tivesse que instalar o Windows todo dia à manivela.
Mandaram uma professora chiquetrézima, acho que era da Embraer ou qualquer coisa parecida, que trabalhava com poderosos CP 500's com fita de rolo, do tamanho de armários em salas com ar condicionado.
O ponto da tela era um quadradão ENORME!! E que mané mouse, só um teclado chicletento, com as teclas de borracha!! Juro, juro, juro!!
Começamos a programar. Com aquela linguagem maravilhosa, demorava uns dois dias para programar um joguinho de forca (isso ainda existe?), que no final enforcava um bonequinho (estou sendo muitíssimo generosa com a figura), formado de uma cabeça quadrada e vários retângulos. Gente, eu ADOREI!!
Depois desse curso eles resolveram dar um curso para os professores da escola e eu era uma das professoras. Essa foi uma das experiências mais legais da minha vida - dar aulas para os meus próprios professores (do de física, eu me vinguei com requintes de crueldade!). E me ensinou muita coisa, mas disso falo um outro dia.
Nunca mais voltei a programar mas a minha paixão pela tecnologia já estava definitivamente instalada. Para sempre.
Por isso que hoje, quando paro prá pensar, não consigo deixar de me maravilhar com os computadores e a internet. Porque esse treco está mudando o mundo, gente. E eu estou vendo acontecer!!

Então, tá.

Orkut.
Sorte de hoje: Você é uma pessoa culta.
Dã, como é imbecil esse Orkut.

22.9.05

Felizes para Sempre

Conversando ontem em volta de um vinho e umas comidinhas com o Eli, ele fala sobre como todo mundo hoje parece ter a obrigação de ser feliz. Diz que até as letras de música, agora, tem que ser prá cima. Concordo. Muito, muito chato. Estamos mergulhados numa geração bem estar, satisfação garantida ou seu dinheiro de volta. E se você não está radiante, amiga, não está tomando o comprimidinho certo, melhor conversar com o psiquiatra daquela sua amiga que vive felizinha da vida dela. Que saco!
Gente perfeita é absolutamente insuportável! De onde surgiram estes seres que não tem medo, nem dúvidas, nem nóias, nem dor de corno, nem problemas freudianos com os pais, nem dia de cabelo ruim, nem porra de merda nenhuma?
Huxley tinha razão. Devem estar pondo um treco qualquer na água. Não bebo mais água da torneira.
Aliás, me lembrei de um livro, bem divertido que fala desse assunto. Ser Feliz, do Will Ferguson. Eli, quer emprestado?

21.9.05

ET phone home

Tem sim, vida inteligente na internet. Muita gente interessante e divertida que vale a pena ler.
É por isso que eu assinei o Bloglines. É fácil e grátis. E você consegue acompanhar os blogs de todo mundo que você adora em muito menos tempo. Os nominhos dos blogs acendem quando tem post novo e você não tem que fazer a Via Crucis. Infelizmente, não dá certo com todos os blogs, os bloggers quase nunca tem rss feed (acho que é um treco que o blog gera automaticamente quando publica um post novo). Já com os Blogspotters é mais fácil, mas mesmo assim o dono do blog tem que clicar em algum lugar, lá no template, para autorizar.
Descontrol, o seu num tem. Não consigo ser sua assinante. Clica lá, prá eu poder ser a primeira.
Já o Belas Imagens tem e vale a pena, sempre.

Você tem fome de quê?



Assisti anteontem ao programa do Jamie Oliver no GNT. Prá quem não conhece, é um chef inglês. Ele se propôs a cozinhar por uma semana numa escola e tentar mudar a merenda escolar, a comida lá é uma porcaria que consiste em nuggets, purê de batata de caixinha, hamburgueres que parecem solas de sapato e similares. Gente, coitado... Primeiro ele sofreu prá conseguir cozinhar gastando 0,65 de dólar por porção e além disso nada do que ele fez, por enquanto, seduziu as crianças. A série continua, veremos. Mas me peguei pensando em como é que se forma o paladar e porque alguns seres humanos são chatos insuportáveis quando se trata de comida.
Aqui em casa, todos comem de tudo. Gostamos de comer e de cozinhar. Gostamos de experimentar coisas diferentes. Meu filho Mateus tem dez anos e tem paladar de adulto - não só experimenta qualquer coisa como prefere sabores mais para sofisticados do que para infantis. Prefere sashimi à nuggets, filé com molho de mostarda à hamburger, pizza de rúcula à de muzzarella. Não sei direito se temos algum mérito nisso. Algum, devemos ter, claro. Mas não tenho certeza se somos de todo responsáveis ou se a genética tem alguma participação nisso.
Mas, acho que o bebê, desde bem pequenininho deve ir se acostumando aos sabores diversos. Não acredito nesse negócio de leite materno e só. Leite materno, claro. Mas, também sucos, frutas, chás e mais tarde, comida. Do mesmo jeito que apreende os sons e imagens, precisa apreender os sabores, treinar o paladar.
É muito chato gente que não come nada. Os prazeres do viver estão nos sentidos e não consigo entender quem abdica do paladar. Tenho pena. Do mesmo jeito que tenho pena dos que não vêem ou não ouvem.
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Ontem assisti mais um capítulo da série. Nesse, ele tentou em uma escola para crianças menores e foi muito mais bem sucedido. No início todas fizeram careta, mas acabaram experimentando e gostando.
O garoto mais problemático tinha uma mãe que não sabia nem o que era manjericão, a pobre criança não tem culpa de comer só nuggets - calcula a comida dessa fulana como deve ser!

19.9.05

Qual é o nome dela?

Estava assistindo a uma entrevista no programa da Marília Gabriela. O filho, carente de mãe, vem se enroscar comigo debaixo das cobertas.
"Ela não me é estranha, não fala mãe, deixa eu adivinhar. Caetano Veloso???* não é... Preta Gil?? Mãe, qual é o nome dela?"
"Rita Lee"
"Ah! É mesmo, Rita Lee... sabia que era alguma coisa assim."

E eu lá pensando como deve ser - Ser tão jovem que você nunca nem ouviu falar da Rita Lee... ou do LP, by the way.

* :)

18.9.05

Esse podia ser meu


Post Secret

Fantástica Fábrica


Ontem, finalmente, fui assistir a Fantástica Fábrica de Chocolate. Gostei maromenos. As primeiras imagens são maravilhosas, aqueles caminhõezinhos vermelhos saindo da fábrica naquele cenário em preto e branco, a casa do Charlie - perfeita. Não gostei dos Oompa-Loompas, os antigos eram bem melhores - que roupinha ridícula! E com aquele rabinho de gumex -piorou.
Alguns pedaços beeem arrastados, principalmente os musicais dos anões supra citados, com exceção do trecho Esther Williams - amei!
No geral, gostei, mas tenho uma certa dificuldade em evitar o saudosismo do filme velho. Assisti vezes demais quando criança para poder me livrar dele. Do Johnny Depp, gosto de qualquer jeito, então não vale. Mas dessa parceria Depp-Tim Burton ainda fico com o Edward, disparado.

Que honra!

Ser citada é ainda mais gostoso que ser linkada!
E se for por gente de responsa feito as Duas Fridas, então... Ai, que honra!
Obrigada, Helê!

17.9.05

Um dia frio e um patinho feio

Um silêncio nessa casa, hoje. Dia frio e nublado. Achei o meu "Mulheres que correm com os lobos", estava desaparecido há um bom tempo. Fui lá procurar o capítulo do Patinho Feio, prá reler. Lembro de ter me identificado muito com essa parte do livro, quando estava morando fora de São Paulo, há alguns anos. Foi uma época boa em muitos sentidos e terrível em outros. E esse sentimento de isolamento e inadequação era muito constante naqueles anos. Não sabia bem do que sentia falta, mas sentia. Hoje sei. Sentia falta da minha turma. Dos meus amigos cisnes.

16.9.05

Amor Cortês

Meu post sobre a atração física rendeu uma conversa particular via e-mail com meu amigo Eli. Que, como sempre, tem alguma coisa inteligente e sensível para dizer sobre qualquer coisa.
Tá bom, Eli. Eu dou a mão à palmatória. A atração e o encantamento são muito mais complexos do que eu fiz fazer crer. Às vezes, prá salvar o texto a gente mata o assunto.
Porque a minha redução eliminou de todo o amor cortês. E esse tipo de amor, existe, sim.
Está nos livros e muitas vezes está na vida da gente. Cheio de admiração e sutilezas, esse amor delicado, que permanece platônico, é encantador. E esse, sim, pode existir nas mais diversas formas, já que é um encontro de almas e não de corpos.
Mas para dar a última palavra (lógico, eu não deixei de ser eu, né?) continuo dizendo que aquele lá do post anterior não pode prescindir da atração física, portanto, eu tinha ou não razão, afinal?

I'm not, are you?


Confession of Depression.

14.9.05

Amigo Secreto 3

Para aqueles que estão acompanhando a saga: minha caixa chegou e eu estou nas nuvens. A delicada Juliana redimiu todos os meus inimigos secretos do passado. Fotos depois.

Prazer e Obrigação

Ando afogada em tenho ques.
São tantas coisas que tenho que fazer, que sobra muito pouco tempo para fazer o que eu quero. E quando sobra estou tão cansada...
Tenho que acordar, tenho que chamar o Mateus, tá na hora da escola; tenho que correr prá lavar o cabelo, senão chego atrasada; tenho que responder aqueles e-mails, tenho que fazer um desenho de bordado, ai, tenho que comprar um presente, tenho que, tenho que, tenho que.
Ultimamente, não tenho feito nada que não esteja na lista de tenho ques.
Exceto, talvez, esse blog aqui.
Absolutamente, de jeito nenhum, vou tansformar esse fazer num item dessa lista interminável.
Não mesmo. Por isso é que estou indo dormir agora.

12.9.05

Ausência

Estou indo viajar e volto na quarta à noite, vou para uma fábrica no interior, não devo conseguir postar. Se der, dou um alô.

A situação tá preta!!

O cidadão sai de casa de manhã, sacoleja duas horas no ônibus e acha que vai ter um dia de trabalho normal. Chega lá na farmácia, veste o uniforme de balconista e o gerente diz que hoje, eles vão fazer uma ação de marketing. Oba! Que original!
Gente, aposto que foi isso que aconteceu hoje. Passei na frente de uma farmácia, em plena Domingos de Moraes, TODOS os funcionários estavam do lado de fora, na calçada, de uniformezinho azul, envolvidos por uma montanha de bexigas, dançando a Festa no Apê. Juro por deus. Dá prá acreditar? Os pobres coitados dos funcionários com aquela cara de pastel, dançando o "Latino" na frente do estabelecimento? Foi de dar dó. A coisa tá feia mesmo.

O dom da ilusão

Encontro uma conhecida que não via há uns quinze dias. Ela me diz que vai sair mais cedo hoje e vai prá balada porque a fila anda (palavras dela). Então olha prá mim e sorri. Um sorriso pintado no rosto, feito o Coringa. Meu coração fica apertado.
No nosso último encontro, ela estava apaixonada. Sorria, sem perceber, lá com os pensamentos dela. Era toda sorrisos.
Pergunto: "Você terminou com o seu namorado?"
Ela diz que sim, mas que não tem problema, porque a fila anda (de novo essa frase péssima) e me dirige "o sorriso".
Diz que ficou triste por um dia (?), mas que agora já está tudo bem.
Finjo que acredito.
"Estou melhor sem ele"
Nisso, eu talvez acredite. Embora ela só esteja dizendo da boca prá fora.
Talvez ela tenha ido prá casa chorar e essa "cara feliz" seja só para uso externo. Não sei.
Sei que a dor tá lá e mais cedo ou mais tarde ela vai ter que viver essa tristeza.
Só espero que ela não resolva cortar ou pintar o cabelo esses dias. Porque a gente faz isso, não faz? Tenta construir por fora o bem estar para poder mostrar para o mundo: "Olha como eu estou bonita, estou ótima!"
Humm humm. Sei.
Será que temos vergonha de estar tristes, de mostrar fragilidade? Ou precisamos mesmo acreditar que não tem importância até a dor diminuir a ponto de ser tolerável?

11.9.05

Procura-se

Procuram-se índios.
É esse o anúncio que esta família precisa botar no jornal.
Porque, gente, aqui nessa oca, só tem cacique.

10.9.05

Polêmica

O post da Denise Arcoverde sobre a pornografia está rendendo uma discussão interessante.
Quero admitir aqui que também não gostei do post/vídeo do Rafael Galvão, mas achei melhor ignorar. Não quero acrescentar mais lenha na fogueira dele, porque acho que é justamente isso que ele estava pretendendo.
Costumo ler os textos dele e há poucos dias linkei para a Brigada Humphrey Bogart. Na verdade, fiquei decepcionada com aquele vídeo - será que uma pessoa capaz de escrever textos tão interessantes precisa mesmo de uma apelada dessas?
Não fiquei ofendida, simplesmente achei bem besta. Se era para ter graça, falhou. Se era para agredir, também não deu certo. It fell completely flat.
Acho que tá todo mundo dando muito mole pro Galvão, não tá não?

9.9.05

Veneno


Vi um documentário há algum tempo na TV Cultura que dizia que nós, seres humanos, delimitamos um espaço imaginário em torno de nossos corpos. Quando outro ser humano com o qual não temos intimidade penetra essa bolha nos sentimos extremamente desconfortáveis. Não me lembro exatamente qual o tamanho (por volta de 80 cms, acho eu), mas não interessa.
Minha bolha foi extremamente invadida por um perfume horroroso, dia desses no metrô.
Gente, eu adoro perfume. Uso todo santo sacro dia. Até prá dormir. Mas há que saber dosar.
A área de propagação do cheiro deveria estar limitada a esses 80 cms. Menos ainda. Perfume é prá sentir quando a gente se aproxima. Muito. Abraça, beija, chega perto.
Perfume é coisa íntima.
Não é prá sair espalhando prá todo lado. Detesto. Detesto. Detesto.
E que me desculpem as usuárias, mas aquele perfume, na moda nos anos 80, tinha o nome certo. Porque aquilo não era perfume, gente. Era veneno.

Amigo Secreto 2

Ai, meu Jesus Cristim. Hoje já é dia 9. O presente tem que estar no correio dia 12. O primeiro.
Nada disso estava muito claro no blog quando eu aderi, mas vamos lá. São três presentes enviados em três datas diferentes. Junto com o primeiro presente, temos que mandar um material qualquer, à escolha (tá escrito assim). Com esse material, o seu amigo secreto vai fazer um presente para o amigo secreto dele. Ai, ai. Complicado o projecto, não? Aliás, não sei se sou só eu, mas tenho uma dificuldade tremenda em decifrar o português de Portugal. Tem uma lógica linguística meio diferente, sabes?
Nem comecei. Mas faço no fim de semana. Espero que o meu material seja razoável. Sei fazer um monte de coisas. Não sei fazer mais coisas ainda. Se me mandarem linha de tricô ou aqueles chumacinhos para bordar ponto cruz, acho que vou ter que fazer tranças.
Não quero meter o pau no projecto, mas deviam ter deixado cada um escolher seu próprio material, né? Um fotógrafo faria uma foto, um desenhista, um desenho e quem não soubesse fazer nada, gravava um bom CD, punha uma capinha divertida e tava de bom tamanho. Porque não deixar as pessoas fazerem o que elas fazem melhor? Esse não é o espírito da coisa?
Porque tá parecendo mais arte terapia do que amigo secreto.
Prá ser sincera, estou me divertindo muito. Já dei muuuuita risada com a Sheila, pobre amiga que eu arrastei prá esse treco. Que eu não sou nem louca de entrar nisso sozinha.
Estamos no mesmíssimo bote salva-vidas furado e aconteça o que acontecer, podemos morrer afogadas de tanto rir.
Bom. Ando precisando mesmo de distração. Qualquer coisa que me faça esquecer o momento que me encontro e as dificílimas decisões que venho tendo que tomar.
Disso não falo aqui não. Não dá. Muito particular. Um dia talvez. Quando já tiver virado historinha. Porque por enquanto é drama.

8.9.05

Leis da atração

Sempre encarei com perplexidade os relacionamentos amorosos que começam pela internet.
Não consigo entender como se pula a etapa da atração física, que é o funil inicial no jogo das compatibilidades.
Sabe, atração física pura?
Quando você está perdida, por exemplo, e vê um fulano de costas, então pergunta:
"Por favor, você sabe onde fica a ru.."
Pronto. É o que basta. O fulano se vira, te olha e parece que você levou um soco na boca do estômago, o coração acelera, falta o ar, as pernas bambeiam. Isso é atração física. Você não conhece a pessoa, ela nem abriu a boca, pode ser um absoluto idiota, pode ser qualquer coisa.
Essa é a primeira compatibilidade, o primeiro quadradinho no check list.
Normalmente, é recíproco. Na grande maioria dos casos. A biologia provavelmente deve explicar. Sei lá.
Eu até entendo que o anonimato da internet pareça interessante, liberador (haja visto o conteúdo da blogosfera, em geral). O fato de você não estar frente a frente com a pessoa em questão, desinibe mesmo e com certeza promove conversas interessantes e uma intimidade que no mundo material talvez levasse muito mais tempo para acontecer.
Mas aí vem o encontro. Já escutei relatos de vários. Quase sempre um desastre total. Tá, aquele fulano é interessante, inteligente e você gosta dele. Como amigo. Porque é isso que ele é.
Qual a chance de você se sentir atraída por essa pessoa? Quase nula. Porque o funil da atração física é pequeno gente. Não passa lá muuuita coisa. E só depois dessa peneirada é que consideramos as outras afinidades.
Sinto muito, sem atração não dá.
Sem olho no olho, mão na mão, boca na boca, que graça tem?

6.9.05

Cores

Quando vocês tiverem um tempo, vejam as animações no site da Maria Claudia Cortes.
Dá vontade de comer esses filminhos de tão bons!
Descobri no Universo da Cor. E não, não estou bundando hoje, estou fazendo uma pesquisa para um logo e acabei caindo lá. Não podia deixar de contar. É muito bom.
Ah! Entrem na segunda porta - Movies.

Mais um

Eu adoro o Cyn City.
E antes que você ache que o meu inglês foi passear e não voltou - Cyn City é o blog da Cynthia.

Um leão dourado sobre uma capa preta


Devia ter mais ou menos uns 7 ou 8 anos, eu acho.
Todos os domingos, almoçávamos no apartamento da minha avó nos arredores da Avenida Paulista.
Nesse domingo específico, minha Tia Déia estava lá. Jovem, bonita, com aquele cabelão liso, na cintura, como mandavam os anos 70. Linda, ela. Muitas vezes, lembro de ter pedido, na frente do espelho, para Deus me fazer linda feito ela, quando eu crescesse.
Então chega meu tio Wilsinho, jaqueta de couro, sorriso largo, com um LP novo. E coloca prá tocar no som do meu avô. Meu avô tinha um som enooorme, com caixas acústicas à válvula, que pareciam armários.
E aquele som tão diferente saiu de lá de dentro. Alto, alto, alto. Fiquei fascinada.
E meu tia e minha tia, jovens e lindos, riam e dançavam.
Era o Queen da capa preta. É disso que eu me lembro. Uma capa preta com um leão dourado. E Somebody to Love. E da alegria de ser jovem e lindo e livre.
Era assim que eu queria ser.
Quando o Queen veio ao Brasil pela primeira vez, eu estava lá, no Morumbi. Tinha treze anos.
Essa trilha, definitivamente, faz parte da minha vida.

4.9.05

Sandálias e Calcinhas

Um dia desses estávamos chegando em casa depois do trabalho e o Zé me pediu para ir à padaria. Eu disse que primeiro ia trocar de sapatos, meus pés estavam doendo porque as sandálias que eu estava calçando tem umas malditas fivelinhas que no fim do dia parecem pregos.
Quando desceu do carro ele olhou pros meus pés e disse:
"Bonita essa sandália, é nova?"
E eu:
"Nova? Faz uns três anos que eu comprei esse sapato!"(aliás, elas já estão mais prá lá do que prá cá)
"Eu não reparo muito nessas coisas, você sabe. Mas me pergunta a cor da calcinha que você está vestindo hoje que eu sei. É rosa."
Gente, pode isso? E eu só tenho uma calcinha rosa.
Pensando bem, fiquei lisonjeada. Dezoito anos e ele ainda repara na cor das minhas calcinhas. Há de se admirar uma coisa dessas.

Do pouco que eu sei, nada me resta

Os textos da Clarice me deixam muda. Como é que se pode dizer alguma coisa depois dela?
Quando ela tão apropriadamente coloca em palavras o que me falta a competência para dizer?

2.9.05

Ai, ai, ai, ai, ai...

Saí do escritório mais cedo para uma tarde de sol oblíquo de inverno com todos os tons e meios tons, sombras e dourados que um ser humano tem direito. Amém.
Resolvi passar na Livraria Cultura. Mea culpa, mea maxima culpa.
Tem tanta, mas tanta coisa boa prá comprar! Meu coração dá reviravoltas.
A coleção de clássicos da Cosac-Naif capa dura. Com capas lindas, lindas, lindas. Não, esses não dá, quite expensive.
A coleção de aniversário da Penguin é o máximo. São 70 (setenta!) micro livrinhos de diversos autores que fizeram a história da editora. A R$ 7,79 cada um, já viu, né? Queria levar todos, sem exceção. E as capas são boas de doer.
Suzana, tem um do Nick Hornby "Otherwise Pandemonium". Mas eu não vi lá na Cultura não, senão tinha comprado. Vi no site da Penguin. Talvez não tenha olhado direito, eram tantos!
Comprei três. Mas se alguma alma caridosa quiser dar um presente - me manda todos!

A Taste of the Unexpected by Roald Dahl, porque foi um livro de contos dele, o primeiro livro em inglês que me mandaram ler na escola, quando fui estudar na Inglaterra.

The Dressmaker's Child by William Trevor, porque eu sou uma dressmaker e a capa é linda e sim, às vezes eu compro livros também pela capa.

On Shopping by India Knight, porque a capa é meio pop e a contra capa diz que o livro celebra a retail therapy e eu costumo usar essa terapia, sabe? Hoje, por exemplo.

Queria colocar as fotos das capas aqui mas o raio do site da Penguin é todo de filminho e não consigo capturar nenhuma imagem.
Ah! Ia me esquecendo do livro de contos da Clarice Lispector, porque eu li um texto dela no blog da Lou e fiquei com saudades de lê-la. Tanbém o livro do Flávio Gikovate - O Mal, O Bem e Mais Além - egoístas, generosos e justos, porque apesar de não ser muito meu modelo de livro, preciso aprender a dizer não. Quem sabe?
Bom, foi isso. Não gastei muito, não. Não se preocupem crianças, dividi em três.

Tô nessa!

O texto é antigo, mas o Rafael Galvão republicou o link hoje e eu fui lá conferir.
Apoio incondicional à Brigada Humphrey Bogart.

Antes tarde do que nunca

Estou dois dias atrasada para o BLOGDAY, mas lá vai:
No momento, meus cinco blogs favoritos são:

Momento Descontrol - minha musa inspiradora
Drops da Fal - ninguém vive sem humor
Cinzas de Batalha - fico sabendo de tudo num instante
Viaje na Viagem - o cara escreve bem e eu viajo junto
Frankamente - um cotidiano muito do bem escrito e descrito

Todos os links estão aí do lado. Preguiiiiça....

Dia branco em São Paulo

Choveu muito essa noite e amanheceu um dia branco. As nuvens deixam passar a luz, mas não o sol. Nesse dia branco, uma luz fria e dura ressalta contornos e imperfeições. Sombras desaparecem. Meios-tons não existem. Uma luz que emudece as pessoas e destrói as sutilezas. Ninguém olha nos olhos, ninguém sorri. A cidade está muda de humanidade. Cabeças baixas e olhares perdidos.
Eu, definitivamente, não gosto de dias brancos.

1.9.05

Como nossos pais

Encho um "xicrão" de café, que hoje foi feito pelo Zé e está forte, forte. São dias como hoje que me dão a sensação de estar envelhecendo. Estou moída. O dia de ontem acabou tarde. O de hoje começou às 4:45. O Mateus tinha que estar na escola às 6:20, excursão de dois dias para Barra Bonita.
Na porta do ônibus beijo meu filho e digo: Boa viagem, filho. Juízo.
Paro por dois instantes para lembrar que isso é exatamente o que minha mãe diria.
Tenho juízo demais. A minha sanidade mental e emocional ganharia muito com uma redução no meu quociente de juízo.