30.9.07

Então eu resolvo

ir num lugar diferente prá ver gente diferente e quem sabe, com fé, minimamente interessante. Porque, olha, tenho saido de vez em quando e só tem molecada. Ou gente chata. Ou gente feia. Ou tudo junto em diversas combinações. E onde está essa gente interessante, hein? Escrevem blogs. Ou ficam na casa uns dos outros e não me convidam. Sei lá.

Então fui. E era um porão decrépito que eu já frequentei há uns 20 (juro!) anos atrás e não era tão decrépito assim não, naqueles idos dos anos 80. E disseram que abria às 10 e que os shows começavam às 11, então, devidamente acompanhada da minha amiga para programas insólitos, chegamos às dez e quarenta e cinco. Bom, né? E tava fechado, com uma corrente e um cadeado.
"E será que rola esta p*rra? Esse lugar tá meio esquisito. Será?"
Bom, fomos dar uma volta de uns quarenta minutos e quando voltamos já estava aberto com uma meia dúzia de personagens dentro. David Lynch perdia feio.

Sentamos no bar. Tinha uma prateleira no fundo com uma garrafa de pinga, uma garrafa de conhaque, uma de vodka e duas de Almaden tinto. Perguntei pro garoto que, por acaso, passou por dentro do bar, quanto custava a garrafa de vinho. "Sei lá, ele disse, tem que esperar o dono do bar chegar" . Esperamos. Eu já tava quase saindo prá comprar uma cerveja no botecones da esquina quando o fulano chega. Me pede desculpas, bem bêbado, e diz que foi primeiro beber para depois comprar cerveja. "Pelo menos tá gelada?, perguntei." Tava trincando. Deus existe.

Chegam muitos mais personagens deividilinchianos (só para dar uma idéia: um cara de cartola, uma mocinha de blusinha de bolinhas com uma rosa vermelha na lapela, um cara com um contrabaixo acústico enorme, lindo, lindo, lindo - o contrabaixo, não o cara) Cêis tão enxergando? Tão comigo no cenário? Então tá.

O som ao vivo não começava nunca apesar do rock de muito boa qualidade que estava tocando. Resolvo perguntar: "Não ia rolar um som hoje aqui?" "Éeee, vai. Mas os caras ainda estão passando o som". Ahhhh, tá bom, então.

Gente, não sei nem que horas eram quando resolveram começar, e, vejam vocês, o baterista da primeira banda não apareceu, parece que tinha ido prá Bahia (juro). Então um outro sentou lá e eles tocaram umas três músicas (quote) "no susto". Até que o som era bom mas a pessoa cantora que disse que cantava, well, gritava bem mesmo e os caras da banda devem estar todos mesmerizados pela fulana para permitir aquilo, porque juro, não dava, não.

A seguir, uma banda de rockabilly. E de um minuto para o outro aparecem uns personagens de jaqueta e topete. Thunderbird style. Acho que eles estavam escondidos no breu durante a gritaria da moça, era bem escuro lá. E dançavam, as pessoas! Com aqueles passinhos e girinhos e tudo. Tava até bonitinha essa parte. Esqueci de mencionar uma ida ao banheiro entre os dois shows, mas sei lá, acho que vou dispensar vocês dos detalhes sórdidos.

Mais duas outstanding performances deveriam ocorrer noite adentro mas prá nós num dava mais não. Sem destilados de qualidade não há quem sobreviva.

Classificação: uma estrela cadente. Valeu boas risadas mas não recomendo. A não ser que você esteja fazendo um filme.

28.9.07

Crônicas de Quase Amor e o Nome da Cousa, de Fal Azevedo



Eu já tenho os meus dois, devidamente autografados. E para botar um pedacinho aqui, fui lá na minha mesinha de cabeceira buscar, porque é lá que eles moram.
O que é que vocês tão esperando?

" Sei que não adianta nada a gente esperar que algo aconteça, que é a gente que deve fazer e blábláblá. Mas quer saber? Foda-se. Eu queria que algo acontecesse."

" Faz tanto tempo assim que eu não amo você? Parece que foi ontem que eu me obrigava a esquecer sua voz, sua gargalhada, seu cheiro e seus encantos. Putz. Foi ontem."

"Advertência domingueira:

Cuidado com quem não sangra, com quem não tem nenhuma cicatriz, nenhum esqueleto no armário, nenhum corpo no porta-malas do carro, nenhuma marca do tempo e nem arrasta, vez por outra umas correntezinhas pela casa mal-assombrada. Cuidado, sobretudo, com esses debilóides que repetem o que ouviram alguém mais debilóide ainda dizer "na vida só me arrependo do que não fiz".

Essa gente é um perigo.

Alguma coisa ali é péssima: ou a memória ou o caráter. Hum, ambos."




Quer mais?



1 livro = R$ 20,00 + frete

2 livros (iguais ou diferentes) = R$ 30,00 + frete

3 livros = R$ 36,00 + frete

4 ou mais livros = R$ 10,00 cada livro + frete a calcular

Envie seu pedido com nome e endereço completo para o e-mail livrosdafal@gmail.com para o cálculo do valor total da compra, com frete.

27.9.07

A volta dos que não foram

A Marcia ficou doente e não fomos viajar. Tudo transferido para a semana que vem. E não é ótimo? Você fica com um dia absolutamente sem nada para fazer, já que ia viajar e não tinha nenhum compromisso marcado*. Ueba! Toca prá manicure após acabar de ler blogs. Pensando bem, melhor voltar para a cama para dormir mais um pouco. Muito. Que, afinal de contas, já que temos duas camilinhas assistentes , elas podem mutcho bem atender ao telefone e dizer que estamos trés ocupadas em algum evento deveras importantérrimo.

E minha irmã me ligou ontem, claro. Depois dos dois últimos posts, certa de que eu precisava de uma orelha. A pobre, uma hora me escutando ranger os dentes e ainda pagando a ligação.
Obrigada, dearest.

*Amanhã já não tá assim tão modelito férias, já que deu tempo de desmarcar uns trecos da semana que vem e passar para sexta.

26.9.07

Sem título


E esse negócio da pulseirinha para parar de reclamar, hein? Com*plaint Free World.
Tá. Tá bom. Vi na Op*rah.
Mas essa história de parar de reclamar touched a nerve. 21 dias sem reclamar de nada? Nadinha?
Assim, olha, parece quase impossível. E eu não sou das piores. Então segue abaixo:


Lá vou eu prás Minasgerais de novo hoje. E olha, essa vida de caixeira viajante tá mole não. Justo eu, que quando escolhi a profissão, um dos pontos que levei em consideração foi que eu podia ficar quieta, no meu canto, trabalhando no computador. Vai vendo.

E algum de vocês aí já pensou na impossibilidade da existência simultânea da disposição criadora e da disposição vendedora? Porque um estado depende de concentração e o outro de adrenalina.
Eu comecei a ter este problema há tempos. Esse negócio de visitar cliente, fazer xaveco de vendas, conversinha mole, sorrisinhos, coisa e tal, acaba me deixando incapacitada de fazer meu trabalho de verdade que deveria ser sentar a bunda e desenhar. No mesmo dia, é impossível. No dia seguinte, talvez. Preciso de um tempo para me concentrar e desligar do resto.

Como eu sempre trabalhei sozinha, era mais fácil. Agora, com um escritório relativamente movimentado, com uma sócia e o exorbitante número de DUAS funcionárias somadas a um telefone que não para, não para, não para, tá quase impossível.

E dei uma passada d'olhos em uma pasta de portfolio que eu montei há uns dez anos atrás (quando o pen*drive ainda estava para ser inventado) e estava perdida na casa da minha mãe e putz! eu tinha um saco de jó. E um cuidado com as coisas que era de impressionar. E lá só tinha trabalho de design puro (embalagens, logos, etc) que eu praticamente não faço mais.

F*deu. Virei empresária. Vendo serviço, pago contas, corro atrás de dinheiro para sustentar o escritório, planejo estratégias, faço malabarismo com os clientes e nos intervalos, tento desenhar alguma coisa pelo menos ligeiramente razoável.

E voltando na pulseirinha, falaram lá no programa que o cérebro leva 21 dias para formar um hábito. Pois é. Esses últimos sete anos me transformaram em outra pessoa. Que eu não tenho muita certeza se eu gosto, não.

24.9.07

Eu tinha um monte de coisas

para desabafar mas sabe, acho que eu ando precisando de um outro blog. Anônimo.

Como levar um tijolo para passear

E fui viajar de novo essa semana. Estamos pescando clientes novos. Jogamos a minhoca para esse um, cuja matriz fica no lugar incerto e não sabido onde eu nasci, não sei se vai fisgar. Veremos.
Já que fomos todos (minha mãe inclusive), eu não tinha com quem deixar o Mateus. Como ele ia perder duas provas (na quinta e na sexta), teve que levar o material para estudar para estas, mais o material das duas que já teria na segunda e na terça. Quatro provas, portanto.
A mochila dele já é naturalmente pesada. Ficou um chumbo. Carregamos o negócio para lá e para cá por quatro dias. REALMENTE pesado.
Hoje de manhã ele, meio atrasado , me pede para tirar algumas coisas da mochila que ele não ia precisar na aula de hoje. E o que eu acho lá dentro, meu povo?
UM TIJOLO.
Um tijolo pintado de branco com umas bolotas azuis que participou da exposição de arte do colégio mas ainda assim, um tijolo.

"MATEUS!!! TEM UM TIJOLO AQUI DENTRO!!!!
Você reclamando que a mochila tava pesada e carregando um tijolo esse tempo TODO!!!!"

"Ichi, mãe... esqueci... Mas não é bonitinho?"

19.9.07

O Encantado


Contratamos um gerente comercial para Babydoll. Na verdade, ele trabalha na fábrica da nossa sócia, lá no sul, e ontem, pela primeira vez, veio à São Paulo para uma reunião. Ele é muito simpático e parece competente (vamos esperar pelos resultados antes de afirmar, né?) mas olha, gente, tem um detalhezinho. Ele é a cara, cuspida e rasgada do Encantado do Shrek (com o cabelinho e tudo). Juro. Eu até acredito que tem quem goste do estilo principesco da coisa, mas eu, toda vez que olho prá ele, tenho que fazer força prá não rir.
Calcula.

16.9.07

Só uma passadinha para

dizer que correu tudo bem, lá em Minas. Melhor do que esperávamos. E não me sinto mais nem um pouco culpada de pegar a grana, porque a gente trabalhou muito. Muitíssimo. Um ralo do car*lho.
Então, tá, né. Expectativa é tudo nessa vida. Porque eu tava pintando o demônio tão feio, mas tão feio que qualquer coisa já seria lucro. Como foi bom, virou ótimo. Boa tática, essa.

12.9.07

Meda, muita meda

De vez em quando pegamos uns trabalhos que dão medo. Mind you. Eu sempre sinto um medinho antes de qualquer trabalho novo. Normal. Mas o que estamos começando agora é pânico. Total.
Não é porque é difícil, não. Apesar de ser, um pouco. É mais por o produto ser uma bela d'uma porcaria. Tão porcaria, que fica difícil começar. E a dona da marca é meio teimosa, sabe. Temperamental. E não sabe direito o que quer. Então ela vai pagar a gente para dar pitaco e sabe lá deus se ela vai fazer o que tem que ser feito e o resultado pode dar meleca. Então. O que fazer?

A gente vai lá, faz o que tem quer ser feito, diz o que tem que mudar e se ela não quiser fazer, azar? A gente pega o dinheiro dela e pronto? Não sei muito trabalhar assim, não.
Sei que a maioria dos (argh) consultores faz isso. Vai, enrola um pouco, enrola muito, cata a grana, sai correndo e f*da-se.
Mas a gente ainda tem princípios. Profissionalismo. Ética. Estamos erradas?

Bom, hoje à noite pego um ônibus e me desinpirulito pro interior das Minas Gerais, para a fábrica. Seja o que a cliente quiser, né. Que deus não vai dar jeito nisso, não.

Ah! E aquele outro trabalho tá andando.

7.9.07

Independência

Eu devia estar na praia e não estou. Porque eu nunca planejo porcaria nenhuma e resolvo na última hora e claro, não achei lugar nenhum para ficar.
Tenho que entender de uma vez por todas que só os privilegiados podem se dar ao luxo de serem impulsivos. Porque lugar caro para ficar sempre tem, né?

Então estou aqui, sozinha em casa. A pensão estava cheia ontem, o Mateus trouxe dois amigos para dormir. Um foi embora e a minha mãe levou os dois restantes ao parque para andar de bicicleta. Me sobrou a casa revirada e a pilha de louça para lavar que eu ainda não encarei.

Reli o que escrevi aí em cima e achei que pareço mal-humorada. Não estou, não. Daqui a pouco lavo a louça e saio para dar uma volta. Porque dia melhor que sexta-feira, só sexta-feira feriado.

6.9.07

Dela, que eu adoro, adoro, adoro!

Aí você se olha no espelho pela manhã e diz:
"Agora eu mudei."
Aí, à tarde, você se olha no espelho e diz:
"Esqueci que mudei, porra!"

Coisa Rara