Os últimos dentes de leite do Mateus estão caindo feito castelo de cartas. Cada vez que ele me pede prá lavar o cabelo dele, encontro pêlos em lugares onde antes só havia uma pele lisinha de bebê. Meu filho tá crescendo, crescendo, crescendo. Que medo, que medo, que medo.
Porque crescer é duro. Porque a vida não é nada fácil. Porque amar é quase uma dor, como já disse alguém muito mais hábil com as palavras do que eu.
Minha última troca de pele foi há uns quatro anos e eu tive que arrancar na unha, deixando a carne viva. Já está mais grossa agora e resistente às intempéries, mas doeu muito durante um bom tempo. Porque eu tive que enfrentar sol e chuva com aquela pele cor de rosa e delicada.
E me pego pensando no Mateus e quantas trocas de pele ele vai ter que enfrentar daqui prá frente. Muitas. Inúmeras. E que não temos escolha. Porque dói ainda mais tentar se ajustar àquela que não serve mais. Ou se fingir de morto.
Ai, ai, como é duro ser mãe, às vezes.
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2 comentários:
Ô, se é...
é sim e é pra toda vida. meu filho nem mora mais comigo, mas eu me importo igual.
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