21.7.07

Ilíada

É o nome da minha volta de Blumenau.
Ocêis não tem idéia, não.
Meu vôo era às nove da noite. Às dez, eu deveria estar aqui.
Então, tá, então.
Saiu de lá à meia noite e quinze. Não estava tão atrasado assim, vocês vão dizer. Não, nem tanto.
Mas fazia seis graus em Santa Catarina à noite e eu não estava agasalhada para tanto. O tempo foi passando, passando e eu virando um picolé. Meus pés estavam tão gelados que não tinha mais jeito, não. Sabe onde eu fiquei? No banheiro. Juro. Entrei lá no cubículo, sentei na tampa da privada, tirei os sapatos e sentei em cima dos pés para ver se esquentava um pouco. Uma hora trancada no banheiro que era o lugar menos siberiano do aeroporto. Thank god i've got an I*Pod.
Aí embarcamos. Congonhas não dava mais. Fechado. Bora prá Guarulhos. Chegando lá, nevoeiro.
O piloto diz que vamos para Viracopos. Campinas! Puta que los pariu! Você quer voltar prá casa e acaba em Campinas duas horas e quinze de vôo depois, porque ficamos dando voltas e mais voltas em cima de aeroportos diversos, sightseeig airports, o novo hit do momento. Eu tava vendo a hora que eu iria parar em Fortaleza. E a gente ainda tem que dar graças a Deus que está viva.

Acabou? Não, darling. Os comissários cochicham e eu escuto que as malas vão demorar hooooras, porque são uns quarenta aviões parados em Viracopos que não tem funcionários suficientes, ainda mais naquela hora da madrugada. E ainda temos que esperar pelos ônibus que nos levarão para São Paulo (mais uma hora e meia de estrada).
Eu não tinha levado mala, né? Bate e volta.
Parei no final da escada do avião. Eu, justo eu, a mais retraída das pessoas, parava cada um que descia e perguntava:
"Você tem bagagem? "
"Tenho." (merda)
Você tem bagagem?"
"Tenho." (shit)
Bom, apareceu um que não tinha (bate e volta feito eu) que estava acompanhado de outro que também não tinha. Amém, amém, amém.
"Bora rachar um taxi prá São Paulo?"
Me olham os dois com cara de quem acha que eu sou louca varrida. Caralh*, homem que não sabe fazer conta me dá nos nervos.
"Gente, calcula, vai. Nós vamos sair daqui de manhã e ainda gastar 50 paus de taxi de Congonhas até qualquer lugar que seja, que tá tudo interditado lá e tem que dar uma volta olímpica e é bandeira 2." Eles fazem cara de dã mas começam a enxergar um pouco da luz.

Bom, acabou funcionando. Voltei prá casa com dois médicos (dos quais, by the way, eu nem perguntei os nomes, que aí já era muito, né?) e pagamos 73 pilas cada.
Quarenta minutos de taxi, um tostex, uma hora de chuveiro fervente depois (hipotermia curada), fui prá cama às 5 da manhã, mais de vinte e quatro horas depois de ter acordado para uma viagem rapidinha a Blumenau.
Boa viagem, queridos passageiros.

Klein, te prepara!

Um comentário:

Unknown disse...

Claudia disse
Caraaaaaaca!!!