14.3.10

Mulher é um bicho chato

Eu vivo dizendo isso. Que mulher é um bicho chatinho demais pelo qual eu não tenho muita apreciação, não. Claro, muitas exceções. O que eu não gosto é de mulherzinha. Essas que se apoiam nas fases cíclicas naturais e nos humores que, certamente, todas nós temos, prá fazer beicinho, charminho, nhé-nhé.

As que usam o sexo como moeda de troca e pior, como chantagem. Querem afeto, atenção, dinheiro. Dão sexo. E quando recebem sexo de volta, ficam ofendidas. Querem afeto, atenção, dinheiro. Negam sexo. E ficam aturdidas quando não dá muito certo. Ou então, querem é sexo mesmo e tem que inventar um conto de fadas prá justificar.
Essa história das mulheres de se ofender com o desejo masculino... juro, parece piada. Ele só quer me comer. Hã-rã. Provavelmente. Your choice, baby. Veja como um elogio. Decida o que quer fazer. E assuma. Fazem questão de não crescer, de não exercitar o bom senso, a maturidade, a independência.

E não enxergam. Ou enxergam e fingem não enxergar. Onde estão metidas, com que tipo de homem estão envolvidas, quais são as verdadeiras características de suas relações. E colocam sua vida, sua felicidade, seu corpo, seus dias e suas noites nas mãos de outra pessoa, sem assumir responsabilidade por nada que lhes acontece. O mundo é culpado, claro. Os homens são todos iguais (Sim, são, dears. Em algumas características básicas que fazem deles os seres do sexo masculino que apreciamos tanto, são mesmo. E, sinto muito, não adianta espernear contra as coisas que são).

E como reclamam. Como se praticassem um esporte. Reclamam de tudo. Do calor, do frio, da chuva, do sol, da calça que ele comprou, da faxineira, do fato dele não ter reparado que cortaram o cabelo. Pobres dos homens. Haja paciência. Gostam mesmo de nós, viu? Ou não suportariam. Já teriam nos matado a todas.

Uma certa tendência a complicar, elaborar, imaginar futuros possíveis e impossíveis. Ficar caraminholando o que queria dizer aquele sms. Quando queria dizer absolutamente o que estava escrito nele. Homens são, na maioria das vezes, literais. Básicos, simples, diretos*. Dizem o que querem dizer. Não ficam esperando que a outra pessoa adivinhe suas mágoas, seus desejos, suas vontades. Quando dizem: eu quero te comer... é isso mesmo que estão dizendo. Nada mais, nada menos. Aprenda a lidar com isso.

Não estou dizendo que eu não faça nada disso, hein? Faço, claro. É um exercício diário para não escorregar para as formas nas quais, parece, fomos todas moldadas. Mas manter os olhos e ouvidos abertos não é tão complicado assim.

Eu sei. Eu sei. Soa um pouco cético mas é uma das características que a maturidade traz. Os óculos cor-de-rosa não funcionam mais. O que não significa que não sejamos românticas, que não precisemos de colo, que não esperemos ser conduzidas nas ocasiões e momentos certos.
Somos complexas mesmo. Quem sou eu prá negar? Nem nós sabemos direito o que queremos. Simplesmente porque queremos uma coisa num momento e outra, dali a cinco minutos. Os sentimentos mudam, muda o humor... pronto. Muda tudo. Ele olha prá mim e não me vê quando estou passando por um dia particularmente carente e é o que basta. O monstro da insanidade resolve se manifestar.

Somos, como diz a sábia Rita Lee, um bicho esquisito. Exageradas, estabanadas, emotivas demais. Só não precisamos ser cegas. Nem burras.


* ainda escrevo, qualquer dia desses, um post chamado: Homem é um bicho básico.

3 comentários:

Diogo Soares Silveira disse...

Vou arriscar falar sobre “o que as mulheres realmente querem”.

É claro que não existe concretamente uma coisa chamada “as mulheres”. Se vamos falar delas, de início sabemos que estamos em um campo de abstrações. Não vale aqui a objeção “meu caso não é assim” ou “eu sou mulher e não sou assim”. Sabemos que estamos em uma abstração chamada “as mulheres”, e é assim que vamos ver as coisas. Todavia, abstrato não quer dizer irreal. Cada abstração aqui é uma apresentação da experiência – pessoal, coletiva, vivida ou contada, lida ou teorizada. Mas ainda assim, o que escrevo aqui não é regra nem Verdade, é opinião com olhos de filósofo. Quase uma mera opinião.

Mas, então, o que as mulheres realmente querem?

Bem, “o que as mulheres querem?” é uma pergunta do homem. Ele, em geral posto na condição de benfeitor e/ou algoz das mulheres nos ideários da nossa cultura ocidental, não raro se coloca tal questão. As mulheres, muitas vezes, não colaboram muito para responder tal questão, mas sim para formulá-la e reformulá-la. Levando em consideração a direção de tal pergunta, que é a da linha de questões da sexualidade ou de situações que tangenciam questões que tem a ver com amor e sexo, a resposta não é tão difícil de ser obtida.

As mulheres se dividem em dois grandes grupos: as que gozam e as que não gozam.

Com bom sexo, muita coisa na vida dela se resolve quase que por milagre: o sorriso aparece ou reaparece, e então o mundo fica bem mais fácil. Empregos são mais estáveis. Finanças mais bem administradas. A maturidade com crianças melhora assustadoramente. Se ela é dedicada a assuntos intelectuais, a concentração aumenta e o poderio cognitivo é aguçado. O gozo, como no homem, é um “santo remédio”. Na mulher, mais que um remédio, é uma transformação. Um encontro com a divindade. Se o gozo é potencializado por uma relação amorosa, com alguém especial, então o mundo se torna azul. Nada disso é alheio às estatísticas, que confirmam tudo.

A mulher que goza e sabe que goza em condições que ela pode por e dispor, portanto, não deve tomar isso como um fato banal. Deve potencializar isso e tirar proveitos primários e secundários. Primários, no próprio gozo, secundário, na vida em geral - no emprego, no trabalho, nas relações diversas.
Mas e a mulher que não goza?

Terapia? Terapia para mentir para o psicanalista, uma vez que é muito duro assumir que não se goza? Não – isso não adianta. Aliás, em caso de frigidez, a terapia sozinha pode fazer pouco.

A mulher que não goza, exatamente pelo fato de não gozar, não consegue perceber uma série de situações na vida que advém do prazer, de uma experiência de desligamento proporcionada pelo gozo, que é fundamental para o cérebro, para alma e, mesmo, para a capacidade intelectual de interpretação. Uma mulher que não goza não pode responder a uma série de indagações do cotidiano, do trabalho e da escola. É duro dizer isso, e uma mulher que não goza, lendo isso, talvez fique com raiva de mim. Mas é verdade.


Mas voltemos à mulher que goza. Ela tem que aproveitar isso. Tem que entender que todas as outras suas capacidades dependem desta uma. A mulher que goza não deve nunca acreditar na conversa daquelas e daqueles que dizem “sexo é secundário”. Não é. Sem ele, a mulher que goza não pensa, não raciocina, não vence.


Estamos em uma sociedade onde alguns mecanismos simples, de nossa vida animal, não podem mais ser desprezados. E é isso que deveríamos observar ao pensar no que as mulheres realmente querem.

felipe disse...

Dani, precisamos de mais mulheres no mundo como você.

Anônimo disse...

Dani,porque que as mulheres nunca ficam a favor delas mesmas ?