13.3.10
Quero ver o que você faz... ao sentir que sem você eu passo bem demais
A minha vida toda eu fui magra. Nenhum esforço envolvido, somos todos magros nessa família mesmo. Em uma boa parte da vida, adolescência e tenra juventude, eu podia ser chamada de magrela, até.
O Zé, excelentíssimo senhor meu ex-esposo sempre gostou de mulher magra e elegante. É daqueles raros tipos que abominam as mulheres fruta, as Carlas Per*ez, as bundudas e gostosonas de plantão. Bom... me escolheu, né? Devia ter algum motivo.
Eu tinha dezenove e era bem magrinha mesmo. Ele adorava envolver a minha cintura com as mãos (tem mãos bonitas e grandes, mãos de homem mesmo) e dizia que as minhas costelas eram o seu pianinho. Bom... vamos ao verdadeiro assunto.
Se eu engordasse um pouquinho que fosse... sei lá, um ou dois quilos... claro que ficava com uma barriguinha (depois de ter filho, inevitável, praticamente) e ele, toda vida toda vida toda vida me torturou. Reparava, reclamava, dizia que eu ia ficar feia e barriguda, barriga de bicho e tal. O inferno. Uma das inúmeras maneiras dele de me diminuir para poder me controlar mas isso, eu só sei hoje.
Mês passado, ele esteve aqui visitando o Mateus. E eu estou mesmo, mais gordinha. Quem lê esse blog e me conhece, vai dizer que eu estou louca e tal mas é verdade. Não gorda. Mas mais do que costumava ser o meu habitual. Sabe o que ele disse?
Tá mais gordinha. Melhor assim. Você andava magra demais, não é saudável, não é bom prá você. Tá mais bonita.
Dá prá acreditar nisso? ?? Vontade de mandar tomar no meio daquele lugar.
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Um comentário:
"Uma das inúmeras maneiras dele de me diminuir para poder me controlar mas isso, eu só sei hoje."
Porque uma frase lúcida como essa precisa ser repetida.
Beijo!
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