30.1.06

Achei tão lindo que pedi licença prá colocar aqui:

e ela me deu, com toda a delicadeza.


Dias Femininos

By Tatiana

Parece que os dias andam de TPM.
De repente, assim, completamente do nada, cai um pé d'água que alaga tudo, despenteia o mundo, aquele chiliquito, um piti úmido, berros de trovões tremendo a casa, estampidos ensurdecedores, clarões histéricos, lágrimas gigantescas escorrendo por debaixo de minha porta, invadindo a minha cozinha. O céu tá berrando NINGUÉM ME ENTENDE! NINGUÉM ME AJUDA NESTA MERDA DE VIDA! TUDO EU!!! AIIII, QUERO MORRER E ALAGAR O MUNDO!!
Aí vai embora da mesma forma que chegou. Abrupto. Como se nada tivesse acontecido. Passou.
Para me garantir, mantenho um pacotinho de BIS, meio comido pelas formigas. Quando começa a chover, berro pro céu:
-Tá aqui, meu bem, tá aqui. Tó esse chocolate vai ficar tudo bem. Tó. Tá aqui em cima. É teu.
E os céus, com vergonha de suas instabilidades, descem uma língua invisível e lambem o chocolate ofertado lá na mureta. Assim que se saciam, acalma e levam suas águas para longe.
É..os dias estão femininos.
Tomara que menstruem logo e acabem de vez com esse sofrimento. Uma semana de chuva forte, limpando os dias, esvaziando o porão do céu e ele, femininamente novo, possa descansar em paz e me deixar tranqüila quando saio e deixo roupa no varal.

Decadence avec Elegance

Sábado fui almoçar no Jockey. Moro nessa cidade há 37 anos (com um intervalo de quatro) e nunca tinha ido ao Jockey. Na verdade, o convite partiu do cara que vai ser o novo chefe do Zé.
Então não tinha como recusar, né? Ele levou a família e lá fomos nós também (eu e o Mateus), fazer modelo família estável e feliz. A princípio achamos (nós dois) que ia ser um porre. E não. Nos divertimos muito. A mulher dele (essa é a terceira que eu conheço, o Zé já trabalhou com ele há mais de dez anos atrás) é muito boa gente e a filha dela, um doce. Acho que até o Mateus ficou embasbacado com aqueles olhinhos verdes de dez anos de idade.
Mas eu queria falar mesmo é do Jockey. Bonito lá. Mas tem aquele jeito de senhora da sociedade que um dia já foi muuuito rica e não perdeu a pose. Os vestidos já meio puídos, sapatos desbotados que antes dançaram em grandes salões, o batom meio que ultrapassando a linha dos lábios, o brinco de pérola com brilhantes pesado demais. Uma sensação esquisita.
E o pobre do garçom tentando servir à francesa e tendo que pedir para "apertarmos" as cadeiras prá ele conseguir passar entre elas e a grade. Coitado. Lá pelo meio do almoço, ele desistiu, claro. Talvez porque não tivéssemos cara de quem fazia tanta questão assim do serviço à francesa ou então pela simples dificuldade prática. Sei lá. Só sei que na hora da sobremesa ele já estava passando os pratos por cima da mesa. Amém. Que aquele sacrifício todo já estava me dando nos nervos.
E jogamos nos cavalos, claro.

28.1.06

Monster

Eu sei que ando ausente. E desinteressante. Mas há de se dar ao ser humano o direito de ser ausente e desinteressante quando lhe convém.
Então vamos lá: esqueci de desligar o despertador do celular e acabei acordando no horário de sempre nas férias do Mateus: sete horas. Fiz café e aqui estou. A Cyn se superou de novo e quase me levou às lágrimas. Vão lá. A Rosana também fez um texto pro Blônicas que diz tudo o que eu queria dizer sobre São Paulo. Também amo essa cidade.
Estive no Rio e tchã nã... Conheci a Helê!!!!!
Olha, essas experiências com o blog tem sido tão boas! Diz a Sheila, minha amiga paulistana que mora no Rio, que elas criaram um monstro. Elas são ela e a Marcia, minha sócia. O monstro sou eu mesma. Porque de serumana tímida e reservada, me transformei nessa pessoa que manda e-mails para pessoas que não conhece e marca encontros. Como disse a Helê, quando a gente tem que perguntar por telefone o que a outra pessoa está vestindo para poder reconhecê-la, é que realmente percebemos como tudo isso é muito estranho. Sim, é estranho. Mas não tem deixado de ser maravilhoso e surpreendentemente, muito, muito bom.

Helê, adorei te conhecer. E mais que tudo, adorei a surpresa de descobrir o seu humor. Porque seu texto deixa sempre transparecer a inteligência, o carinho, a sensatez. Mas esse humor maravilhoso, só mesmo pessoalmente. Portanto, admito novamente, principalmente para o Eli, que sim, é possível se relacionar virtualmente e sim, tenho conhecido pessoas incríveis desse jeito, por mais improvável que isso parecesse para mim, uma canceriana fã do olho no olho.

O post do bum bum paticumbum prugurundum sumiu, então tá aqui de novo: O maravilhoso irmão da Marcia descolou lá com os infinitos contatos dele, os ingressos para o camarote do Carnaval em São Paulo. Estou eternamente agradecida e eufórica. Mas tenho que admitir também que a minha doença, co-dependência crônica já começou a agir e me sinto..... culpada.
Já sei, vocês vão dizer que sou uma trouxa porque o que eu queria mesmo era arrastar TODOS os meus amigos a tiracolo e fico feliz e triste ao mesmo tempo porque não posso levar a Cláudia, nem a Sheila, nem minha irmã comigo para curtir a mordomia toda.
Cheguei a conclusão de que não poderia nunca ser política. Ia ser a rainha do nepotismo!

25.1.06

The past came back to haunt me

Hoje foi um dia estranho. Uma volta ao passado. Rever um trabalho que fez parte da minha vida por muito tempo. Me apertou o coração. Porque as coisas na fábrica não andam muito bem e muito da minha energia e trabalho foram colocados lá por muitos anos. Fiquei triste.

Depois tive uma discussão com o Zé (discussão é meio forte mas conversa também não descreve) que me provocou sensações que há muito não sentia. Uma certa recaída emocional. Emoções que eu acreditava sob controle, reemergiram. Ai, ai. Como é difícil curar algumas feridas! Quando a gente pensa que já cicatrizaram, basta uma topada e pronto, lá estão latejando de novo. E como dizem os sábios escoteiros: Sempre alerta! Prá poder manter as neuras sob controle, não se pode relaxar. Mea culpa. Mea maxima culpa.

E amanhã vou pro Rio. E volto na sexta.
Lins, Ipaussu, São Paulo, Campinas, São Paulo, Rio de Janeiro, São Paulo. Em sete dias.

24.1.06

Três parágrafos

Sábado, quatro e meia da manhã, quatrocentos e cinquenta quilômetros, casa da mãe.
Segunda-feira, nove horas da manhã, duzentos e doze quilômetros, fábrica de jeans.
Segunda-feira, três horas da tarde, trezentos e cinquenta e sete quilômetros, home sweet home.
E amanhã tenho que ir a Campinas.


Ando com dificuldade em arrumar assunto para escrever aqui. Na verdade, os assuntos existem mas teimam em não querer virar palavra escrita.


Pensando sobre o que eu queria desse ano de 2006: Um pouco mais de dinheiro e muito menos stress. Considerando que minha causa de stress número 1 é a falta de dinheiro e a número 2 é muito trabalho, fica uma equação difícil de resolver.

19.1.06

Presentation is sooo important

Consulado americano, depois de duas horas de chá de cadeira, impressões digitais, eteceteras.

"Pegue o telefone" (você fica de pé de frente para uma cabine com vidros duplos e fala num daqueles telefones de cadeia americana)
"O que você faz?"

"Sou sócia de uma empresa que dá consultoria para o grande varejo de moda, sou estilista"
(Detalhe: nada disso está formalizado, não sou sócia da Marcia no papel, estamos neste exato momento mudando o contrato social da empresa para me incluir)

"Me dá o imposto de renda."

(Meu imposto de renda é uma merda, o do ano passado diz que eu ganhei, o ano todo, a tantalizing quantia de 14 mil reais)
Enfio pelo buraquinho o contrato social ainda não registrado, o extrato da conta do escritório e o meu extrato pessoal.

"Você não tem imposto de renda?"

"Peraí, estou procurando."
(Enrolo mais uns segundos para dar tempo de ele olhar os extratos e enfio o tal imposto no buraquinho. Ele me olha com uma cara de quem diz: só? Olho prá ele com uma cara de quem diz: ó, esse imposto é assim meio mais ou menos... e pergunto:)

"Você quer os documentos do meu filho?"
(Mais um detalhe: não sou legalmente casada. No meu passaporte está escrito SOLTEIRA, então preciso dar um jeito prá ele saber que tenho filho e marido e absolutamente não quero de maneira alguma lavar pratos nos Estados Unidos)

"Você tem filho?"

"Tenho. Tem onze anos."

"Você mora sozinha com o seu filho?"

"Não. Moro com meu filho e meu marido, mas não sou legalmente casada. Você quer os documentos do meu filho?"

"Não. Não precisa. Há quanto tempo você é casada?"

"Dezesseis anos."
(Ele me olha com um misto de surpresa e aprovação nessa hora)

"Você trouxe o imposto de renda dele?"
(Pausa para reflexão aqui. Eu não levei porque achei que eles não iam nem considerar mas, se podia ter levado, então você pode levar o imposto do seu amigo milionário e dizer que é teúda e manteúda, madame de primeiríssima categoria. Aliás, nesse quesito documentos, meio que dá prá levar o que quiser, porque eles nem olham direito e não checam nada)

"Não. Porque achei que como não sou casada, vocês não iam considerar."

"Há quanto tempo você trabalha nessa empresa?"

"Três anos."

"O que você vai fazer nos Estados Unidos?"

"Ver a coleção de verão que está entrando nas lojas."

"Porque você ficou tanto tempo sem ir para os Estados Unidos?"
(A última vez foi há dez anos)

"Meu filho era pequeno e eu fiquei um tempo sem trabalhar e viajar."
(Uma meia verdade - também passamos esses dez anos sem tostão)

"Ah! Você mora no Jardim América?"
(Tom de admiração nessa frase, percebo que é aqui que está minha abertura e digo:)

"É. Pertinho de onde ficava o consulado."

"Então, tá. "
(E assinou lá o papel e me deu um papelzinho amarelo que eu já sabia, de observar as pessoas antes de mim, que significava: sim, você merece viajar para os Estados Unidos)

Olha, gente, sei lá. Eu achava que com as minhas credenciais esse visto tinha a maior probabilidade de não rolar, apesar de eu já ter viajado um bocado nos bons tempos e sempre ter voltado bonitinha para casa. Claro que fui vestida de Patrícia casual tentando transmitir "sou chique assim mesmo, sem fazer nenhum esforço, todo santo dia da semana, nem me arrumei hoje". E fiz as unhas e uma escovinha (porque riquinha, nesse país, tem cabelo liso) e botei um anel de ouro que o Zé me deu de Natal há anos e que eu quase nunca uso porque acho ele meio Patrícia demais pro meu gosto.
Não sei o que foi que funcionou. Mas tenho quase absoluta certeza de que foi meu endereço. Do qual aliás, ele não pediu comprovante, portanto você também pode botar lá na ficha que mora na Vila Nova Conceição.
Só prá finalizar quero deixar bem claro (vai que o moço do consulado lê blogs) que eu não quero de maneira nenhuma morar nos Estados Unidos. Nem que me paguem.

17.1.06

Assim não vai dar

Por onde eu passo hoje, leio frustração. Inacreditável a guerra pelos ingressos. Juro que eu tinha intenção de ir a esse show. Inicialmente. Porque eles fizeram parte da minha adolescência e eu já cantava e pulava as músicas deles antes de vocês engatinharem. Mas isso foi antes de saber o preço dos ingressos e antes, claro, da confusão de ontem. Porque nem por decreto presidencial eu ia me enfiar naquele melê de fila. Ju, fica triste não. Tão dizendo que vai ter mais um show.
Eu, eu mesma, euzinha, já desisti faz tempo. Meu contato imediato com o Bono vai ficar restrito a um recadinho que eu mandei para ele pelo motorista da limousine da turnê de (oh meu deus) 1987 na França. Que eu, por acaso, conheci durante a minha mochilagem de verão pela Europa.
Se o recadinho chegou nele, até hoje eu não sei, mas que eu mandei, mandei.

With or without you? Without you, for sure.

14.1.06

Bonitinha mas ordinária

Esse caso do surfista brasileiro que apanhou na Austrália me botou pensando em preconceito e lembrei de uma historinha.
Quando eu morava na Inglaterra (no pré cambriano), minha melhor amiga era uma francesa que estudava comigo. Vivíamos grudadas. Um certo feriado, a família dela veio da França para uma visita. Estávamos todos no pub, comendo e bebendo, quando a conversa chegou em famílias, ascendências, etcetera. Então eu disse que descendia de brancos, negros e índios. Tudo misturado. O que aqui no Brasil é a coisa mais comum do mundo. O pai dela olhou para mim com um sorriso e disse:
"Não tem problema não. Não fica triste. Você é bonita assim mesmo."
Dá prá acreditar?

13.1.06

First one gone

De volta do primeiro dia de academia. Como é duro voltar, meu deus. No momento me ataca o mal de Parkinson, tudo treme. Amanhã, eu sei, até minhas sobrancelhas vão doer.
Mas a sensação é familiar e não deixa de ser boa. Uma sensação de poder.

10.1.06

Naked Chef


Eu amo amo amo amo o Jamie Oliver. E a porcaria da Net me sai do ar bem na hora do primeiro programa da série Viagem para a Itália? Ódio. Voltou agora, claro. Depois que acabou.

9.1.06

É devagar, é devagar, é devagar

é devagar, devagarinho...
Bão. Primeiro dia. Tento com todas as minhas forças começar devagar (não é um contra-senso isso? Precisar de mais força para andar mais devagar?). Consigo mais ou menos. Mais por força da lerdeza do cérebro que da nobreza das intenções. Que eu estou devagar mesmo.
Sento aqui para escrever um e-mail prá minha irmã (já com saudades) e aproveito para uma passada rápida por aqui.
Para essa primeira semana são duas reuniões com clientes, uma viagem de 350 km. para uma fábrica no interior, um aniversário e uns quatro bordados e silks para desenhar. Só. Ah! tenho também que preparar a papelada da entrevista do visto, que dessa vez não dá prá esquecer de novo, né? E tinha uma coleçãozinha - o fulano teve a cara de pau de ligar hoje e pedir prá sexta-feira, que chutamos para a semana que vem. Mas mantive o controle. Se orgulhem de mim, crianças! Que o coração até tentou acelerar mas eu não deixei - daqui a pouco viro iogue (se bem que estou tomando umas bolinhas homeopáticas para a ansiedade - desde já que é prá ela nem pensar em se instalar aqui de novo).
Acho que vou ter que andar com o Devagar debaixo do braço - que por sinal já li todo (meio depressinha, mas o texto é fluido e sem complicações - bem objetivo mesmo). Até óbvio, eu diria.
Mas o difícil é praticar o óbvio. Fácil é dizer: Isso? Isso eu já sei! Duro é fazer.
Se bem que a maioria eu já faço, ou tento.
Não dirijo, ando.
Não tenho horários rígidos no trabalho.
Cozinho.
Já fiz muito e vou voltar a fazer exercícios físicos. Não é o tal do SuperSlow mas funciona.
Falta alguma coisa tipo Pilates ou Shiatsu ou Yoga ou qquer coisa do tipo.
Desligar mais a televisão também falta (difícil essa), mas não se pode dizer que eu não tenha hobbies no modelo Devagar.
Meu filho está numa escola que pode ser classificada como Devagar - privilegia a formação e não a informação.
Sexo tântrico? Bom, aí é pedir demais, né?
E então, porque raios Sr. Carl, não consigo me manter internamente devagar?

Oba! American Idol!

Que BBB, que nada. Dia 26 começa a nova temporada do American Idol. Não perco um. Adoro. Desde o começo com aqueles testes hilários até o final com o povo cantando de verdade. Porque vamos concordar aqui, aquele povo lá é muito do dãrds mas sabe cantar. O Mateus assiste comigo e nos divertimos muito. E também tem a Sheila, lá no Rio, que é outra fã. E no dia seguinte, ou logo depois, ficamos horas ao telefone comentando os cãodidatos. Delícia.

8.1.06

Carnaval Obsessão 1

Apaixonada por carnaval. Ter sido neta de Maria Antonieta dá nisso. E em muitas outras coisas. Mas nisso principalmente. Difícil contar. São tantas histórias e tantas lembranças queridas. Basta dizer que minha infância e juventude, com férias passadas no interior, em Lins, foram indelevelmente marcadas pelo Carnaval. E pela personalidade exuberante da minha avó. Que aglutinava outros apaixonados pelo carnaval em torno dela, tornando aquela casa um QG. Antes, durante e depois, a casa cheia de gente se preparando, tendo idéias, fazendo blocos, bordando fantasias, bebendo, cantando e sendo feliz.
Portanto agora começa. O comichão. É só a vinheta da "Grobeleuza" entrar no ar e pronto. As borboletas que dormem no meu estômago acordam e começam a voar alucinadas.
É um drama isso, gente. Porque aquele carnaval que eu vivi, não existe mais. O clube, a orquestra, as fantasias, os confetes, as marchinhas. E o carnaval que restou, que, mind you, eu também adoro, ficou caro, caro, muito caro. As fantasias de escola de samba são caras e os ingressos para assistir, piorou. Todo ano eu prometo guardar dinheiros para ir ao carnaval em grande estilo e é lógico que eu não guardo. Esse ano, eu consegui guardar um pouco. Não o suficiente, mas um pouco. Então agora começa a cruzada. Primeiro prá tentar descolar uns ingressinhos na faixa. Não é fácil, mas às vezes, rola. Depois prá ver o que dá prá fazer com os poucos dinheiros que eu tenho.
E no mais, resta sofrer. Porque eu sofro muito. Muito muito muito. Que eu quero estar lá. E lá. E lá também. E nessas horas, eu gostaria de ser celebridade. Prá ser convidada prá tudo quanto é camarote.

6.1.06

Tô voltando...

Arrumar a mala para ir viajar já é um saco. Para voltar, então, nem se fala. Fico aqui enrolando e não começo. Pretendemos sair amanhã bem cedo. São muuuitas horas de estrada e puxando a moto atrás prá complicar um pouco mais. É uma mistura de sensações, isso que eu sinto toda vez que terminam as férias. No último dia, nunca quero voltar. Apesar de já ter sentido vontade de estar em casa nos últimos dias, quando chega a hora mesmo, sempre quero ficar mais uma semana.
Como eu me conheço, sei também que é só botar o pé na estrada para começar a sentir falta da minha casa e das minhas coisas. E o grande suspiro de satisfação que eu vou dar quando eu chegar lá. Porque também tem isso. Acho que é coisa de canceriano. Adoro a minha concha. Quanto ao trabalho, é obvius que eu gostaria de começar mais devagar como disse a Suzana, mas não sei se vai dar não. É só pisar naquela cidade que o trabalho despenca em cima de você. Para o bem ou para o mal.
Das resoluções de ano novo, só a volta para a academia, que já está de bom tamanho. E alguns compromissos que fiz com o Zé, que não vem ao
caso - mas que se conseguirmos cumprir, acho que daremos mais um passo importante nesse relacionamento.
Portanto, põe meia dúzia de brahma prá gelar e muda a roupa de cama que eu tô voltando.

PS. A partir deste momento, se instala nesse blogue a obsessão Carnaval, da qual vocês não sabem nada ainda. Mas vão saber. Vão saber.

4.1.06

Back from the Zululand

Como sempre, os metereologistas estavam redondamente enganados e aqui deu praia, praia, praia. Praticamente todos os dias. Hoje não é exceção. A exceção sou eu. Porque é o seguinte: se eu tomar mais sol, vou ficar invisível. À noite.
Sempre que estou aqui, faço muitas palavras cruzadas. Adoro. Esse era um hábito antigo que gradualmente foi se extinguindo mas, por aqui, eu retomo. Quando volto para casa, abandono. Já sei porque. Einstein. O tempo é mesmo relativo. As vinte e quatro horas do dia aqui são muito mais longas do que lá em casa.
Não estou com a menor vontade de voltar a trabalhar ainda mas já tenho pelo menos uma síndrome de abstinência. Da minha cama.
E já comprei o Devagar, Ju (na Cultura tá mais barato). Como eu te disse, ele vai estar me esperando em casa no sábado. Assim, ao menos tento começar 2006 mais lentamente.

1.1.06

Reveillon

Acordei. Já estou no segundo café. Passamos o reveillon na casa de amigos. Não muita gente. Só pessoas queridas. E que cozinham muito bem, by the way. Cada um levou alguma coisa e eu vou te contar, eita comida caprichada! A dona da casa é filha do Nikolas Vlavianos, que para quem não conhece é um escultor fenomenal. Infelizmente, não tive a sorte de ter tido aula com ele quando estudei na FAAP. O Mateus estava absolutamente boquiaberto. Olhava para as fotos do livro que estava em cima da mesinha de cabeceira e olhava para ele. Olhava para o livro, olhava para ele.
"Mãe, ele fez isso?"
"Fez, filho."
"E isso, também?"
"Também, filho"
Daqui a pouco, olho para o lado e lá está o Mateus sentado à mesa, conversando com o "seu" Nikos. Sobre escultura. E dizendo a ele que tinha visto uma escultura parecida com as do livro quando foi à FAAP numa excursão da escola. Só ouvi "seu" Nikos dizer com um sorrisão:
"Bom, se era parecida com as do livro, então deve ser minha."
Uma simpatia absoluta, o "seu" Nikos. E o orgulho do Mateus que eu senti! Ê moleque esperto e sensível, esse meu filho. Além de desinibido até o último fio dos cabelos longos!
Eu e o Zé dispensamos a festa na praia. Sono, muito sono. Além da garoinha fina que teimava em cair.
Voltamos prá casa e o povo foi prá festa no "riozinho". Minha irmã ligou de lá dizendo que estava uótemo! Mas me faltaram forças. E a garoinha fina teimava em cair. Ela ainda não acordou, então não tenho relatos.
Depois eu conto.
E já é 2006.