31.10.05
Que las hay, las hay
A Marcia deve estar chegando daqui a dois instantes. E eu não almocei.
Tchau procêis.
Entrei aqui só para alertar: se você puder, não saia de casa hoje. Elas tão soltas!
29.10.05
Na casa da Rainha Mãe
A casa da minha mãe é a perfeita....... perfeição. Vocês não tem idéia do que é ter crescido numa casa perfeita. Não tem não. É muito bom, meus olhos de esteta não podem negar. Mas deixa seqüelas. Profundas.
Já contei um pouco da minha dupla personalidade no post da cigarra e da formiga, mas voltar para a minha casa depois de um fim de semana por aqui, sempre me provoca a reação Lysoform, chego querendo passar paninhos em tudo, distribuir orquídeas para todos os lados e jogar metade das minhas coisas fora.
Tenho que respirar fundo, contar até dez umas dez vezes e assegurar para mim mesma que está tudo bem, limpo e arrumado o suficiente, essa é a minha casa, essa é a minha casa, essa é a minha casa.
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PS. O Mateus está bem doentinho. Não tem nada que me deixe com o coração mais apertado do que ver meu filho doente e ainda por cima ter que sair prá trabalhar porque eu tenho centenas de compromissos, além de um pepino enorme e indigesto para descascar hoje. Estou aqui esperando a Cá chegar para tomar conta dele.
Mãe Coruja
27.10.05
Blog bissexto
Bom,mesmo sem ser verdade...
"Credo mãe! Essa é ela? E essa, então?" E assim por diante.
No final ele olha prá mim, todo sério e diz:
"Mãe, acho que você dá um couro nelas. Porque eu só te vejo assim: descabelada e sem maquiagem" :)))
26.10.05
25.10.05
Cagada de passarinho, literalmente
Cartinha ao Papai Noel
Fui uma boa menina esse ano e acho que mereço um presente.
Eu detesto a parte prática da administração da casa. Gosto de cozinhar e arrumar umas flores no vaso, mas não suporto que me digam que acabou o passe bem ou que o micro ondas quebrou.
Também não gosto da parte burocrática da administração do escritório. Gosto de números, mas vivo esquecendo o dia de recolher o DARF ou a GPS.
E ando trabalhando demais. Minha coluna reclama e não consigo voltar para a ginástica.
Pensei muito e descobri o que eu quero: uma governanta, secretária executiva trilingüe com superior em contabilidade, personal trainer que, de quebra, saiba fazer massagem ayurvédica. Tá?
Não precisa embrulhar prá presente.
Obrigada,
da sua eterna admiradora,
Daniela
24.10.05
Referendo e Baby Consuelo
E ainda por cima já tem gente pagando o dízimo, diz lá, para complementar a renda da vossa santidade, Baby.
Tem idiota prá tudo nesse mundo.
21.10.05
HUAHHUAHHUAAA!!!!!!!!!!!!!!
E agora me vou, que eu, como serumana trabalhadora que sou, tô de saco cheio. De trabalho e de computador. Saltei fora cedo hoje, né? Esse rodízio do nossa carro na sexta é felomenal!
Obrigada, Ju
Amei. Tudo. Muito.
Juliana 2
E também topo. Porque com essa querida amiga não mais secreta, quem não toparia o Cartão Fidelidade Sedex?
Mar de Merda
Pelo jeito vamos ter que fazer que nem baleia, engolir um mooonte de água prá conseguir filtrar alguns peixinhos. Bom, até aí, nada de novo. Não é assim mesmo com a TV, o cinema, os livros? Porque não seria assim com os blogs?
Virtual Reality
Por outro lado (eu e os meus lados), se der prá aprender coisas bem rapidinho tipo Matrix, bem que ia ser bom, né?
20.10.05
Desabafo
Sendo que, nossas calcinhas estão lá há um tempão, só recebemos uma pequeníssima parte do que deveríamos e as fulanas nem se dignaram a nos telefonar. Pausa aqui. Não vou dizer nomes, mas uma delas é uma ex-publicitária socialite que sai em tudo quanto é revista e a outra partilha o sobrenome com um ex-presidente da República, ou seja, dinheiro elas tem, ou deveriam, para abrir um negócio desses. Tudo bem que a gente meio que abandonou, também não cobrou. Mas péra lá. É questão de princípios e educação. Na hora de pedir prá deixar em consignação porque eram peças caras, coisa e tales, só sorrisos e salamaleques. Na hora de encerrar o negócio, nada? Pelo menos deveriam devolver as nossas peças, né? Era o mínimo. Eu nunca faria uma coisa dessas. Deve ser por isso que eu não sou milhona e não saio em revista nenhuma.
To die for
Feliz Aniversário!
Hoje é aniversário da Marcia. Minha querida amiga, sócia e companheira de TODAS as horas. Mesmo. Ela odeia aniversário. Só os dela, bem entendido. Diz, que como toda libriana, fica deprimida no seu próprio aniversário. Não sei. Não conheço tantos librianos assim. Só sei que eu, como boa canceriana, ADORO aniversários - os meus e os de todo mundo. E não consigo deixar passar em branco. Como eu sei que ela só lê o blog de vez em quando - e aí lê tudo de uma vez, vou deixar um recadinho prá ela aqui.
Feliz Aniversário, querida amiga e que o seu ano particular, que começa hoje, seja tudo o que você merece. Te amo!
19.10.05
Dani needs...
Google - você digita "seu nome needs" e vê no que dá.
Lá vai:
"Dani needs revenge" - I sure do sometimes, but rarely act on it.
"Dani needs the love, support and discipline that only two parents provide" - Too late for that
"Dani needs help" - Yeah. But doesn't like to ask for it.
"Dani needs to do something new, exciting that will serve her well later" - Sim! Sim! Sim!
"Dani needs to finish stuff" - Always..., aren't I the Procrastination Queen?
Dani needs to write her mom off and move on with her life - Uau! Essa é f*da!
Dani needs Your vote! - Why not?
Dani needs him - I do. What can I do?
Dani needs the money - Of course. Lots of it.
E chega, já deu.
Espelho, espelho meu
Numa das trocentas e doze palestras que eu assisti no ano passado durante a via crucis "seu filho é hiperativo", um dos palestrantes disse que a linha entre a normalidade e a doença é um continuum. Não há salto. E que se considera doença a partir do momento que atrapalha a vida dita normal. Porque desequilíbrios, todos temos.
Então, quando a nossa preocupação com a aparência, deixa de ser saudável e vira doença?
Porque tá ph*da, gente! Não tá, não? Cada vez pior.
Acho que essas atrizes e modelos famosas ao invés de ficarem propagandeando suas obras assistenciais deviam mesmo é se deixar fotografar sem maquiagem, luz adequada e retoques de Photoshop. Se é que elas, de verdade, querem fazer algum bem real à humanidade.
E nós aqui, pobres mortais, devíamos repensar a vaidade e cuidar da auto-estima. Porque sempre vai haver alguém mais bonito, mais inteligente, mais rico, mais talentoso, mais jovem; e se dependermos da opinião dos outros para construirmos nossa própria imagem, que consistência ela terá?
17.10.05
Café com leite? Não, é uma salada mesmo!
"Bem que eu podia ter saído equilibrada, né. Misturando os dois opostos extremos que são meu pai e minha mãe. Feito café com leite. Misturava os dois e ficava um negócio assim, bege."
E ela:
"Café com leite coisa nenhuma. É vinagre e óleo. Não mistura de jeito nenhum!
Querido amigo, I'm SO sorry.
O problema é que saber as coisas não me impede de sentir. E meu coração agora está do tamanho de uma ervilha. Preta. Apertado e cheio de culpa e remorso. Merda.
16.10.05
Ela disse que vem!
La Cigale et la Fourmi
É isso que dá ser resultado de um cruzamento de uma formiga fêmea com uma cigarra macho. Sábado é menos complicado, meus genes de cigarra falam mais alto e eu consigo bundar sem culpa. Mas, domingo, é impossível. No domingo, acordo para uma casa que é uma zona só. Louça suja, 32 pares de sapatos espalhados pela casa, camas desarrumadas, um colchão na sala que ontem parecia ótimo prá assistir DVDs com mais conforto. A formiguinha dentro de mim entra em pânico. E a cigarra também não cala a boca. Socorro! Dupla personalidade deve ser parecido com isso. Saio feito louca a lavar louça, catar coisas e sacudir lençóis. Mas tem limite, canta a cigarra. Então as roupas ficam estendidas no banco do quarto (esticadinhas mas ainda lá, sem guardar) e não, não seco louça, porque tudo tem limite. Sossego um pouco, acendo um incenso e venho prá internet. Que ontem, o dia todo se recusou a funcionar, juntamente com a TV a cabo (é isso que dá botar todos os ovos na mesma cesta - maldita NET!). Leio meus blogs favoritos, descubro que a minha entrevista do visto americano é amanhã, então fu*eu!, vou ter que remarcar porque ainda não providenciei absolutamente nada do que precisaria levar, ó a cigarra aí de novo! Se fosse a minha mãe, já estaria com a pasta dos documentos pronta há um mês, etiquetada e encapada.
Tem problema não, a viagem já foi adiada mesmo... Mas a culpa da formiguinha tá aqui, martelando. Que genética é assim, dela não temos escapatória...
PS. Ainda bem que o Adalberto existe (esse é o meu padrasto) prá botar um pouco de equilíbrio e bom senso nessa família e salvar a nós todos da insanidade total.
14.10.05
Felicidade?
"Quando eu estava dirigindo para o hospital, eu pensei: se a Allegra estiver bem, eu serei a mulher mais feliz do mundo. E ela estava, e eu fui. Mas hoje, a pia está entupida e há rachaduras na garagem e eu não tenho tempo para lidar com nada disso. O jornal está cheio de miséria e guerra. E eu tenho que ficar me lembrando de ser feliz. Se as coisas tivessem sido diferentes, se alguma coisa tivesse realmente acontecido com a Allegra, eu não teria que me lembrar de ser infeliz. Eu seria infeliz para o resto dos meus dias. Porque a tristeza é tão mais poderosa que a felicidade? "
E é sobre isso que estou pensando hoje. Sei que andei falando sobre felicidade recentemente e que gente felizinha me irrita profundamente. Mas não é dessa felicidade comprada na farmácia ou no shopping que eu tô falando. Estou falando sobre a capacidade do ser humano em estar bem consigo mesmo. De verdade. Depois de ter ido até o fundão do seu próprio poço e voltado. De uma satisfação que transcenda o trivial. Sei não. Acho que não dá. O tempo todo, não dá não. Acho que não fomos construídos para sermos constantemente felizes.
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Depois de uma semana com vontade de raspar a cabeça, meu cabelo hoje, tá espetacular. O que eu fiz? Nada. Go figure.
13.10.05
Zeitgeist
Prá quem não sabe (quem sabe, me desculpe), Zeitgeist é o espírito do tempo, o "clima" de uma época, a posição do dial onde a maioria está sintonizada no momento.
Hoje, temos uma maneira muito eficiente de medir o Zeitgeist, com as buscas que as pessoas fazem na internet. Claro que ainda nem todo mundo tem, mas terá. Humm. O que pode significar isso?
Alguém leu a Trilogia da Fundação do Asimov, na adolescência? Quem leu conhece Hari Seldon, o matemático que, nos livros, é o pai da psicohistória. A psicohistória era a ciência da "previsão do futuro". Usando fórmulas matemáticas seria possível prever o movimento de grandes grupos populacionais. Humm. Sei não. Se pudermos medir com precisão o Zeitgeist (que antes era apenas um conceito filosófico e impalpável, criado, não tenho certeza, por Kepler - intelectuais de plantão, me ajudem!), será que não poderíamos prever estatisticamente o futuro? Prá quem achar que eu tô sci-fi demais, hoje, perdão. De vez em quando, me perco nesses pensamentos. Vai ver é o Zeitgeist.
12.10.05
Ótima
Minha queridíssima irmã me mandou por e-mail, há pouco.
11.10.05
Pedido de Desculpas
Mudou alguma coisa?
"Os ricos, ou seja gente que pode gastar mais de vinte contos numa noite (sem incluir o preço da indumentária), enchem o Municipal, as boites, os grandes bailes dos hotéis de luxo. Convidam atrizes de Hollywood para que elas vejam que êles também sabem se esbaldar, fazem cruzeiros de iate a fantasia pelas águas da Guanabara, promovendo memoráveis farras em ignotos desembarcadouros da baía.
Chegam até a confraternizar com o carnaval de gafieira e escola de samba, muitos talvez por esnobismo, outros mesmo por singela alegria, porque, apesar do que parece, rico é de carne como nós.Tem dêles ruins, tem dêles bons, uns chatos, outros inteligentes, vários burríssimos, - enfim humanidade misturada como a daqui de baixo. A diferença dêles está quase tôda nos automóveis, nas residências, e na padronização. Sim, o pior de rico é que êles são por demais padronizados. O que um faz outro faz. Quando um inventa qualquer bossa bôba, pode jurar que todo o bando imita. Por exemplo, se uma môça rica dá para fazer cerâmica, ou abrir armarinho, (que elas chamam de boutique) tudo corre a amassar barro e a construir forninho da copa, ou passa a vender metro de pano por trás de um balcãozinho decapé. Ou talvez não se use mais decapé, não sei. Foi invenção dêles, também, bossa infernal para desmoralizar belos vinháticos e jacarandás. Por falar em jacarandás, e quando elas deram para ser decoradoras? E a mania dos arranjos florais? Davam de garra num pedaço de pau sêco, pintavam um abacaxi de dourado, juntavam uma cuia, um caco de barro, espetavam por cima um antúrio - era um arranjo floral. Sim, uma das coisas por que eu não gosto de rico é essa padronização. Até a gíria dêles é bôba, misturada de palavras em inglês, qual."
Não tá bem parecidinho com o povo de hoje? Fora que eu amei o português. Que bossa, não?
10.10.05
No Fórum
Gostei.
Sim ou Não?
"Nosso vigor intelectual está diretamente relacionado com a capacidade que temos de sentir dúvidas. Costumamos preferir explicações apressadas e singelas ao convívio doloroso com as dúvidas"
Estou em dúvida. Não tenho medo dela. Sócrates é meu mestre. A respeito desse assunto, por enquanto, só tenho uma certeza: sou contra o referendo. Acho um dinheiro extremamente mal gasto. Dinheiro que poderia ter sido melhor usado em educação. Educação em prevenção à violência.
Me incomoda achar que estamos fazendo parte de mais uma daquelas manobras políticas, sabe? Mais um daqueles lances de demagogia para nos fazer acreditar que estão fazendo algo para resolver o problema. Estão? Não acho. Há exceções. Tenho que citar aqui, o PROERD - programa da Polícia Militar de prevenção ao uso de drogas e à violência que é aplicado em qualquer escola interessada, às crianças da quarta série do ensino fundamental. Mas no geral, não tenho visto nada ser feito. Havemos de precisar de muitas Donas Vitórias e suas câmeras de VHS, para ajudar nas investigações criminais.
Sou contra as armas por princípio. Óbvio. Quem não seria? Pessoalmente, detesto armas. Não tenho coragem nem prá chegar perto. Minha primeira vontade, assim, sem pensar, é votar a favor da proibição. Mas não acho que se deva votar em nada sem pensar. E, definitivamente, não acho que a proibição do comércio de armas vá mudar o quadro da violência nesse país. Não mesmo. Até acredito que pode haver uma diminuição nos acidentes domésticos e crimes passionais. Mas o problema mesmo? Não vai resolver, não. Porque o problema não é causado pelo comércio legal de armas, como todo mundo sabe. O verdadeiro problema é causado pela miséria, pela falta de educação, pela desigualdade de oportunidades. Bom mesmo seria que as armas não fossem mais vendidas por falta de demanda e não por falta de lojas. Além disso, sempre me preocupa o cerceamento de direitos civis, sejam eles quais forem. Deve ser trauma.
Tentei me informar melhor. Ler as pesquisas. Desisti. As pesquisas não dizem nada, são absolutamente contraditórias. Tá parecendo a Bíblia. Querendo provar qualquer tese, sempre se acha lá dentro o que você precisa para defender qualquer argumentação. Tenho lido também, a montanha de matérias e textos já publicados sobre o assunto. Textos muito bem escritos, por sinal, defendendo ambas as posições. Ainda não consegui me decidir.
Tenho um amigo que subiu um morro do Rio. É um outro mundo, ele disse. Armas? É um exército. São metralhadoras, fuzis, automáticas. Alguém acha que essas armas são compradas em lojas? Essas armas não entram no país em um lombo de jegue, gente. Vem de avião ou de navio. E como elas passam debaixo das fuças das nossas autoridades? Não sei. Quem sou eu pra saber?
Sei que vivemos inseguros. E tristes. Tristes porque sabemos que esse problema não é de fácil solução. Tristes porque vivemos em um país onde a desigualdade é enorme, principalmente de oportunidades. Um país que nos faz sentir culpados pela nossa própria prosperidade, ainda que resultado de trabalho duro. Um país violento.
E é por isso que eu vou pensar mais um pouco. Porque esse direito, ninguém me tira.
8.10.05
Paraíso
7.10.05
Falha nossa...
PS. Ainda existe trema nessa língua? Acho que tenho que colocar, mas depois acho que vai ficar parecendo o Jânio, por escrito. Alguém me ajuda?
A arte e suas implicações
Ah! O Mateus mexeu na caixa, todo feliz, por sinal, (obrigada, Adriana) mas não achou as fotos. Hoje tiro elas de lá.
6.10.05
Debaixo dos caracóis ou só prá descontrair
Se você tem cabelos lisos feito a Cleópatra, pode pular este post. Eu não tenho. Fui abençoada com uma cabeleira farta e cheia de cachos. Que lindo, você vai dizer. É, às vezes é lindo. O problema é justamente esse: "O às vezes".
Cabelo crespo é uma entidade à parte, tenho certeza que tenho um lobo frontal paralelo ou um hipotálamo específico escondido em algum lugar que controla os humores do meu cabelo.
Alguns dias ele está espetacular e em outros, ai meu deus, parece um cruzamento de Reginaldo Rossi com Vanderley Cardoso. E não adianta tentar reproduzir passo a passo tudo o que você fez no dia espetacular, ele nunca vai ficar igual, principalmente no dia que você precisa, necessita, depende, de um cabelo decente.
Além disso, haja dinheiro! Porque cabelo crespo significa muitos shampoos, condicionadores, leave-ins, silicones, no-frizzes e toda a ajuda dos deuses e orixás que você puder invocar.
E quando está úmido que nem hoje, que alegria! Fica todo arrepiado como se tivéssemos enfiado o dedo no 220V.
Mas tenho que admitir, nos dias bons, puta que o pariu!. Nada mais bonito que cachos macios balançando ao menor movimento e convidando um afago.
Que chapinha, que nada! Pode pôr a mão que é absolutamente natural!
5.10.05
Só prá esclarecer
Costumo comparar a paixão com um lugar. Feito casa nova de praia. No começo a gente vai lá toda hora, cheeeia de empolgação. Depois o entusiasmo passa e as visitas vão rareando, rareando. Não é que você não goste mais da casa, não é isso. Só não sente a mesma necessidade de ir lá a toda hora.
E aí, de repente, meio sem explicação, a vontade volta e lá estamos, apaixonados de novo.
Comigo funciona assim.
E quando não estamos apaixonados, o quê fazer? Nada. Conviver com educação e gentileza, tentar controlar o mau humor (nosso, claro, que é o único sobre o qual temos ligeiro domínio).
E quando estiver impossível, usar a sabedoria de traseira de caminhão: MANTER DISTÂNCIA. Passa gente, posso garantir. Não vale vender a casa no primeiro tédio ou chuveiro queimado.
E um dia você acorda, olha pro lado e vê aquele homem lá dormindo, suspira e pensa: Ai, ai, acho que eu estou apaixonada...
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PS. Claro que eu estou subentendendo que há amor, afinidade, admiração. Senão, sou a primeira a gritar: Homem ao Mar!! Pula logo desse barco!
E escrevi esse treco aqui prá deixar bem claro que o meu casamento não é perfeito de maneira nenhuma. É. Simplesmente. Bom, péssimo, maravilhoso, mais ou menos. Como o de todo mundo.
E como diz a nossa amiga Luzia, vamos tocando o barco.
4.10.05
Total relief
Hoje parece que o cofre cheio de pedras que eu estava carregando há tempos foi retirado das minhas costas. Não sei quem é o infeliz que está com ele agora, mas tenho muita pena dele. As amostras de Alto Verão acabaram de chegar ontem no final da tarde e ficam ótimas, depois de muitas pedras no meio do caminho. A reunião de apresentação é hoje. Precisamos de MUITOS pedidos prá garantir o Natal das crianças na praia.
Enquanto eu estou aqui, minha sócia e cara metade está na fábrica no Rio para sacarrolhar a primeira entrada de inverno. Sei que ela tem três dias bem difíceis pela frente, mas os desenhos ficaram perfeitos - falta virarem realidade. Para coroar a sensação aspirina com cafeína, emprestei uma grana do meu irmão até o fim do mês. Brigada, mermão! Você me salvou! Saldo suficiente para as contas e luz no fim do túnel. Afe!
Ah! Esqueci de contar: temos, possuímos, cãotratamos, uma assistente! Até que enfim. Deus seja louvado!
Intimidade é uma merda?
Será que os romances tem prazo de validade? E se tem, como é que a gente percebe quando começaram a feder, feito leite azedo?
E por que raios a gente acha que quando a excitação da paixão acaba, acabou tudo?
Porque na maioria das vezes, acabou mesmo. Porque tudo o que tínhamos era aquele banho de adrenalina viciante que quando passa, não deixa nada, só a ressaca.
Mas às vezes tem mais. Só que estamos tão mergulhados na síndrome de abstinência que não notamos e deixamos passar.
Nos dias de hoje, sinto uma dificuldade nas pessoas em passar dessa fase inicial, fase de gratificação instantânea, coração na boca, excitação total.
Muitos se admiram com a duração do meu casamento. Não é milagre não, gente. É amor, paciência, maturidade.
E afinal, que mal há na intimidade? Na rotina?
Se a rotina é boa, porque não?
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Deixei esse post guardado por um bom tempo. Por dois motivos: um, porque tinha um certo tom professoral que às vezes não consigo evitar e que acho um saco. Dois, porque sempre enxergo os dois lados das moedas e adoro fazer a devogada do demo. Tive uma amiga que dizia que temos sempre que manter a cerimônia. E que algumas intimidades não deveriam jamais ser divididas, que nos fazem perder o encantamento com o outro. E eu também acho isso. Ele não precisa saber tudo sobre você, precisa?
Portanto, acho que como tudo na vida, o bom é o caminho do meio (com umas escorregadelas, claro, porque ninguém é de ferro) e há a intimidade deliciosa e a intimidade desnecessária. Como saber o ponto? Sei lá. Vamos tateando, né?
3.10.05
Um dia, no dia dos namorados
Faz três anos, acho. Nessa época, eu e o Zé estávamos morando em cidades diferentes (o trabalho obrigou e o casamento agradeceu). Quando a gente se encontrava, estava cheio de saudades e não havia espaço, nem tempo, para brigar pelo tubo da pasta de dentes ou a toalha molhada na cama. Foi muito bom. Depois de treze anos de casados, voltamos a namorar.
No dia dos namorados, essa aqui, resolveu fazer uma coisa diferente. Comprei um desses milhares de pacotes que os hotéis inventam prá essa data. Era um hotel cinco estrelas, novo em folha, lá na Marginal Pinheiros. Uma coisa finérrima, de um chiquê só. Chegamos no final da tarde, check-in, quarto.
Gente, vocês tinham que estar lá. Lindo, lindo, lindo. Uma cama enorme, lençóis de algodão egípcio, edredom de plumas de ganso, menu de travesseiros (já viu isso?), menu de sabonetes, um luxo TOTAL. Tinha um janelão do teto ao chão, você não escutava nenhum barulhinho da cidade, só aquela vista fenomenal de São Paulo à noite, com lua cheia para completar (incrível como a noite é generosa com essa cidade, escondendo todos os seus defeitos). Dispensaria o clichê dos morangos e pétalas de rosa mas o champagne foi bem vindo.
Estamos lá, tentando aprender como mexer com as trezenas de possibilidades de iluminação (muderrrno, toda vida!), toca a campainha do quarto. É o jantar. Tudo de prata, cristal ou porcelana. Comida linda e deliciosa. Ai, meu deus, já tô gostando desse treco de ser rica! Estamos jantando e toca a campainha de novo: uma moça pergunta se eu já quero que ela prepare o meu banho. Agradeço, totalmente constrangida, mas peço prá ela voltar daqui a pouco. Continuamos a jantar e... toca a campainha de novo: agora são dois moços perguntando se já podem fazer a abertura da cama??? sem coragem prá mandar eles embora também, deixamos (tâmo curioso, né?). Os dois, cada um de um lado da cama, feito nado sincronizado, dobram o lençol, afofam os travesseiros, colocam uma garrafinha de água (EAU, fiiino) e um bombom em cada travesseiro. Agradecem e nós, damos uma gorjeta, né? Não é assim que se faz? Mas um tempinho e ... campainha de novo. Entre risos, deixamos entrar a moça do banho. Será que não vão deixar a gente em paz? Ela entra e vai para o banheiro. Daqui a pouco volta com uma bacia de prata prá eu experimentar a temperatura da água! Olha gente, há de se ter sido criado com a nobreza européia modelo Vestígios do Dia, para conseguir ser natural com essa quantidade de serviçais à sua volta. Tô até vendo a mesa de banquete com aquele monte de gente parada em volta e os convivas conversando e comendo como se eles não existissem. Não sei fazer isso não. Me faltam os anos de internato na Suiça com férias na Riviera francesa e a cara de pau.
Bom, finalmente ficamos sozinhos e vamos até o banheiro ver o que a moça aprontou. Ai, ai. Vocês já sabem que eu tenho um fraco por banheiros. O banho de espuma está lá preparado e o cheiro, vocês não tem noção! Ela usou sais de banho afrodisíacos (diz o folheto) de gengibre e sei lá mais o quê. O cheiro é maravilhoso. Tem velas acesas em lugares estratégicos e orquídeas na borda da banheira. Roupões muito macios e brancos. Afrodisíaca é essa beleza toda, pelo menos, prá mim. Gente, foi muito bom. Rimos muito e nos divertimos muito. Valeram os reais todos. No meio disso tudo ainda tem a história da calcinha que eu comprei na Galeria Ouro Fino, que supostamente, deveria brilhar no escuro com os dizeres: "Open 24 hours". Não brilhou, mas essa é outra história.
PS. A vista aí em cima é legítima, peguei a foto no site do hotel. Da cama a gente enxergava isso aí.